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Conheça os ossos da face e a sua relação com a odontologia

Conheça os ossos da face e a sua relação com a odontologia

Estas estruturas servem como sustentação e complemento para a nossa arcada dentária

Muitas estruturas estudadas e tratadas pela odontologia fazem parte do que chamamos de ossos da face. A mandíbula é um exemplo. É o único osso móvel do nosso rosto.

Uma curiosidade é que os ossos da face, segundo a literatura, podem ser estudados separadamente dos ossos do crânio. Mas, afinal, quais são os ossos faciais?

Existem 14 diferentes ossos da face que compõe o nosso rosto.

Eles são divididos entre pares e ímpares. Os ossos pares englobam a maxila, a concha nasal inferior, o zigomático, palatino, nasal e lacrimal. Já os ossos ímpares compreendem apenas a mandíbula e o vômer.

  1. Mandíbula
  2. Vômer
  3. Maxila Superior
  4. Palatino
  5. Zigomático, Nasais e Lacrimais
  6. Concha Nasal Inferior
  7. E os Ossos do Crânio?
  8. Principais Problemas que Acometem os Ossos do Crânio e da Face

Mandíbula

É um osso mediano e assimétrico. Como já foi dito, trata-se do único osso móvel de nossa face. Se observado com atenção, é possível notar que o seu formato se assemelha ao de uma ferradura.

Sua estrutura é composta pelo queixo e uma borda superior, que na fase adulta apresenta dezesseis cavidades responsáveis por acomodar nossos órgãos dentários.

As principais estruturas que fazem parte da mandíbula são:

  • Alvéolo dentário
  • Ângulo da mandíbula
  • Canal da mandíbula
  • Canal de Serres
  • Côndilo
  • Corpo da mandíbula
  • Forame da mandíbula
  • Forame mentual
  • Fóvea pterigóidea
  • Incisura da mandíbula
  • Língula da mandíbula
  • Linha milo-hióidea
  • Linha oblíqua
  • Processo coronóide
  • Protuberância mentual
  • Ramo da mandíbula
  • Sínfise da mandíbula
  • Sulco milo-hióideo
  • Trígono retromolar
  • Tubérculo geniano
  • Tuberosidade massetérica
  • Tuberosidade pterigóid

Características Gerais da Mandíbula

Com relação a sua forma, ela se assemelha a uma ferradura na horizontal. Além disso, tem também uma abertura posterior, que é o seu corpo, o qual tem as extremidades livres com dois prolongamentos (os ramos).

Ainda na parte superior, ela possui uma articulação sinovial, com ossos temporais através do processo condilar. Seu formato é alongado em direção ortogonal ao plano medial. É essa a articulação da ATM.

Cada um de seus lados contêm, da extremidade anterior até a posterior, oito alvéolos que são os responsáveis por abrigar a inserção dos dentes. Respectivamente, são eles:

  1. Dois alvéolos para o engastem dos incisivos;
  2. Um alvéolo canino muito profundo;
  3. Dois alvéolos pré-molares;
  4. Dois ou três molares. A quantidade irá depender da formação ou não do terceiro molar ou dente do siso.

Os números apresentados são referentes à boca do ser humano. Em outros grupos de mamíferos, eles costumam variar, uma vez que têm evoluído de acordo com o tipo de alimentação de cada um.

Outro fator muito observado sobre a anatomia do crânio humano, mais precisamente da mandíbula, é a inserção de todos os músculos da mastigação. Os principais são:

  • Masseter
  • O músculo temporal
  • Músculos pterigóides, medial e lateral.

Radiologia da Mandíbula

A radiologia da mandíbula é composta de nove principais estruturas. São elas:

  1. Linha oblíqua
  2. Linha milo-hióidea
  3. Fossa submandibular
  4. Canal da mandíbula
  5. Base da mandíbula
  6. Forame mentual
  7. Espinhas genianas
  8. Foramina lingual
  9. Protuberância mentual

Linha Oblíqua

É conhecida como uma linha radiopaca que continua a partir do bordo anterior ao ramo da mandíbula.

Ela é normalmente vista por meio de exames de radiografias periapicais dos molares inferiores que estão cruzando o terço cervical das raízes dentárias.

Linha Milo-Hióidea

Essa linha é considerada um reparo anatômico. Funciona então como o local de inserção para o músculo milo-hióideo e, sua parte posterior, para o músculo constritor superior da faringe.

Ela é observada a partir do meio do ramo da mandíbula. Cruzando essa região diagonalmente, percorre todo o seu corpo até que atinja a borda anterior da sínfise mentual.

Quando olhada por meio de radiografias, se apresenta também como uma linha radiopaca. Está abaixo e bem menos coincidente com o teto do canal da mandíbula.

Fóssa Submandibular

Localizada na mandíbula, passa pela face lingual e está, principalmente, na região dos molares inferiores. Nela, existe uma depressão em que a glândula submandibular fica alojada.

Na análise das radiografias, é possível observar uma área radio lúcida discreta, por meio de uma menor deposição de tecido ósseo nessa região.

Além disso, na região anterior da face lingual da mandíbula, é encontrada também a fóvea sublingual. Essa é uma estrutura que abriga o extremo anterior da glândula sublingual.

Canal da Mandíbula

Radiograficamente, ele costuma ser observado na região dos dentes molares inferiores. É, basicamente, uma linha espessa radio lúcida, delimitada inferior e superiormente por uma linha radiopaca.

O começo deste canal se localiza na região do forame da mandíbula, mais precisamente no ramo, onde não consegue ser identificado nas radiografias intra bucais.

Dessa forma, termina então onde está localizado o forame mentual, na região dos pré-molares inferiores. Com relação aos ápices dentários, tanto o tamanho quanto a localização podem variar.

Base da Mandíbula

Em todas as radiografias periapicais realizadas na região é possível observar a base da mandíbula. O seu aparecimento tem uma relação direta com a posição em que se encontra o filme radiográfico na boca.

Dessa forma, quanto mais profundo estiver na cavidade, maiores são as chances de que ela apareça.

A técnica radiográfica escolhida também irá interferir. Se houver um excesso da angulação vertical, por exemplo, o aparecimento da estrutura é favorecido.

Ainda assim, independente de certas especificações, o formato que se encontra quando aparece nas radiografias é de uma linha intensamente radiopaca.

Forame Mentual

Também considerado um acidente anatômico, é caracterizado como uma imagem radio lúcida arredondada ou ainda ovalada. Sua localização é entra as raízes ou ainda sobreposta aos ápices dos pré-molares inferiores.

Devido ao local em que se situa, pode então vir a causar uma interpretação errada, uma vez que é comum de ser confundido com uma lesão periapical.

O diferencial mais evidente entre esse forame e uma possível lesão endodôntica, é a presença de uma lâmina dura íntegra no periápice dos pré-molares inferiores, e a mudança na angulação horizontal do feixe radiográfico.

Espinhas Genianas

Dispostas de duas em duas, essas estruturas estão localizadas na região da face lingual. Ficam a um ponto equidistante das bordas superiores e inferiores da mandíbula.

Elas são reparos anatômicos que funcionam como uma inserção para os músculos genioiódeo e genioglosso.

Costumam ser vistas por meio dos exames de radiografias periapicais nos dentes incisivos inferiores. Esses estão localizados abaixo dos ápices dos incisivos centrais, mais precisamente na região da linha média.

Entretanto, podem também aparecer em mais de uma imagem radiopaca, como é o caso da foramina lingual.

Foramina Lingual

Também conhecida como forame cego, é ela quem possibilita que o nervo lingual da artéria incisiva consiga realizar a passagem.

Nos exames radiográficos, ela costuma aparecer então bem no meio da área radiopaca. Dessa forma, corresponde às espinhas genianas como uma área radiopaca menor e uma área radio lúcida arredondada.

Protuberância Mentual

Esse é o reparo anatômico que é caracterizado por realizar a condensação óssea da área da mandíbula. Ele pode também ser observado a partir de radiografias periapicais dos dentes incisivos inferiores.

Eventualmente, aparece também em imagens radiográficas periciais nos caninos. Porém, agora como uma espessa linha radiopaca. O formato nesse caso é o de uma pirâmide, cuja sua base é correspondente à base da mandíbula.

Vômer – Ossos da Face

ossos da face humana

Sua estrutura é considera muito simples, mas sua função não segue a mesma característica. Pelo contrário, o papel que tem no organismo é fundamental para o bom funcionamento dele.

Esse osso é apresentado como um tipo de lâmina delgada que se localiza precisamente dentro do nariz.

Juntamente com a ajuda de uma lâmina perpendicular da etmoide, sua função é, então, fazer com a cavidade nasal possa ser dividida em duas fossas que permitam uma respiração correta.

Maxila Superior – Ossos da Face

caixa craniana

Esse é um dos esqueletos maiores que a mandíbula. Além disso, é também um osso que faz parte da formação das cavidades orbitárias.

Algumas outras áreas como as fossas nasais e a abóbada palatina são compostas por ela. Todas essas estruturas juntas servem para fornecer a implantação a todos os dezesseis dentes superiores.

O formato desse esqueleto é em cuboides. Ele é o principal responsável também por fazer parte da formação de uma parcela do teto da cavidade oral e do assoalho da cavidade nasal.

Palatino – Ossos da Face

ossos pares

Localizados na região que se situa atrás dos maxilares, esses ossos da face humana se apresentam principalmente em duas porções, sendo uma horizontal e a outra vertical.

A porção horizontal termina posteriormente a área abóbada palatina, enquanto a vertical é “soldada”, formando assim um ângulo de 90 graus com a primeira.

Dessa forma, é possível dizer que essa configuração proporciona a formação de parte posterior do palato duro, assoalho e parte da parede lateral da cavidade nasal.

Zigomático, Nasais e Lacrimais – Ossos da Face

lacrimal

O zigomático é um osso par, que está situado na parte lateral do esqueleto facial. Forma a proeminência da face, parte lateral, assoalho da órbita e parte das fossas temporais e infratemporais.

Seu formato é achatado, com uma forma quadrangular, e se apresenta com duas faces, quatro bordos e 4 ângulos. Além disso, ele está situado acima e lateralmente na face, então, forma:

  • Uma proeminência na bochecha;
  • Parte da lateral
  • O assoalho da órbita
  • Parte das fossas temporal e infratemporal

Em sua face externa, ele apresenta o forame zigomático-facial, já na face interna, possui o orifício zigomático-temporal do canal têmporo-malar.

Os nasais, como o próprio nome já diz, são ossos próprios do nosso nariz. Desse modo, eles são responsáveis pela formação estrutural desse órgão.

Eles estão situados lado a lado (chamados de geminados) na porção média e superior da face, formando uma espécie de fonte do nariz.

Cada uma dessas estruturas tem então, através de sua união, duas superfícies e também quatro bordas.

Por fim, os ossos lacrimais são lâminas bastante delicadas e estão localizadas no canto interno e inferior da órbita. A sua forma é quadrangular e alargada.

Além disso, ele é também o menor e mais frágil que compõe os ossos da face. Sua face externa apresenta uma crista lacrimal posterior que continua por uma apófise. Já a face interna, corresponde às fossas nasais.

Concha Nasal Inferior – Ossos da Face

palatino

Trata-se de um osso par que se estende ao longo de toda a parede lateral de nossa cavidade nasal. Uma curiosidade é que ela tem o formato mais caudal entre as três conchas nasais.

Além disso, ela se encontra situada na placa óssea vertical, que é conhecida como septo nasal. É nesse local então que ela separa a cavidade nasal em duas cavidades anatômicas simétricas.

Sua borda superior é muito fina, irregular e está ligada a vários ossos que se situam ao longo de toda a parede lateral da cavidade nasal. Dessa forma, ela pode ser dividida em três porções:

  1. Anterior se articula com a crista em concha com a maxila;
  2. Posterior com a crista em concha com o palatino;
  3. Medial parte que apresenta três processos bem definidos, que variam muito em seu tamanho e forma.

Ainda assim, no medial anterior, ocorre também o chamado de processo lacrimal, que é pequeno e pontiagudo, localizado na junção da quarta anterior com as posteriores de três quartos do osso.

Basicamente, o processo que ele realiza corresponde a se articular por seu ápice, juntamente com o processo de descida do osso lacrimal. Assim, ele ajuda também a formar o canal para o ducto nasolacrimal.

Dessa forma, a borda inferior é também livre, espessa e celular em estrutura, principalmente no meio do osso.

E os Ossos do Crânio?

esfenoide

Primeiramente, é preciso explicarmos que são diversos os ossos que compõem a região do crânio. Cada um deles tem sua devida importância e funcionalidade.

Os ossos da cabeça são divididos em duas partes: o neurocrânio e o esqueleto da Face, também conhecido como o viscerocrânio.

Falando um pouco sobre cada um deles, é o neurocrânio quem fornece o invólucro para o cérebro e as meninges encefálicas, as partes próximas dos nervos cranianos e dos vasos sanguíneos.

Além disso, o crânio possui um teto muito parecido com o de uma abóbada e um assoalho ou Base do Crânio, que é composta do esfenoide e partes do occipital e do temporal.

Já o esqueleto da face é constituído por ossos que circundam a boca e o nariz. Dessa forma, esses contribuem para as órbitas. São oito ossos que compõem o neurocrânio e quatorze que faze parte do esqueleto da face.

  1. Frontal
  2. Occipital
  3. Esfenoide
  4. Etmoide
  5. Temporal
  6. Parietal

Já os que fazem parte do esqueleto da face são:

  1. Mandíbula
  2. Vômer
  3. Zigomático
  4. Maxila
  5. Palatino
  6. Nasal
  7. Lacrimal
  8. Concha Nasal Inferior

Principais Problemas que Acometem os Ossos da Face e do Crânio

osso do cranio

Um dos problemas mais comum e que costumam ter mais destaque nos ossos do crânio, é a doença de Paget.

É uma doença que geralmente se manifesta em homens com mais de 40 anos. Ainda assim, a restrição de idade é baixa, podendo aparecer em qualquer época da vida.

Ela é classificada como um tipo de osteoporose. Então, o motivo pelo qual os ossos ficam mais fracos e muito mais frágeis, é devido ao aumento de osteoclastos que a anomalia provoca.

Além disso, existe também o traumatismo craniano, que é um problema muito conhecido e estudado por todos os profissionais da área da saúde.

Nesta complicação, o cérebro sofre alterações a partir de um choque, queda ou pancada forte na área da cabeça. E as consequências podem ser bastante graves.

Problemas nos Ossos da Face

Já na região da face, também temos alguns problemas que são mais recorrentes.

As complicações na mandíbula, por exemplo, costumam ocorrer com certa frequência. Um exemplo são as fraturas que podem ser causadas na região.

Normalmente, elas ocorrem a partir de acidentes de carros. É necessário que a pancada na região seja muito forte, uma vez que esse é um dos ossos mais resistentes da nossa face.

Um outro exemplo é a displasia da asa menor do esfenoide. Esse é um dos problemas mais complicados. Ele está na categoria dos que ainda não possui um técnicas cirúrgicas adequadas para o tratamento.

É uma complicação muito grave, pois afeta um osso fundamental e que não é completamente formado durante a vida intrauterina do bebê.

Dessa forma, esse seria o responsável por impedir que o globo ocular fosse empurrado para frente pelo volume do cérebro quando ainda está em crescimento.

Ou seja, isso irá prejudicar muito a visão do paciente. O que costuma ser feito então no tratamento deste problema é tentar preservar e proteger a visão o máximo possível.

Deu para perceber a importância dos ossos da face para o nosso organismo, certo? Por isso, a qualquer problema ou simples sintoma de que algo está errado com seu rosto, não deixe de procurar ajuda profissional.

ACESSO RÁPIDO
    Silmara Alves Rozo Ducatti
    Silmara Alves Rozo Ducatti é cirurgiã-dentista graduada pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) e especialista em Ortodontia pelo Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul (SIOMS). Possui registro no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CRO-SP) nº 121811 e integra a equipe odontológica da RD Design Oral, que fica na Alameda Grajaú, 98 - sala 1207 - Alphaville, Barueri - SP.

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