Entenda como a classificação é utilizada e quais são as suas classes
Inicialmente, as classificações de retração gengival, elaboradas por Sullivan e Atkins, eram divididas em rasas, estreitas e profundas. Com o passar do tempo, diversos estudiosos perceberam que essa definição gerava dúvidas. Assim, foi criada a Classificação de Miller.
A Classificação de Miller permitia uma precisão muito maior no diagnóstico. Assim, com o tempo ela foi caindo nas graças de profissionais da saúde e especialistas da área.
Classificação de Miller é uma análise que leva em conta a recessão residual marginal dos pacientes associada à periodontite. Ela possui uma finalidade terapêutica, além disso, é bastante utilizada atualmente.
Classes da Classificação de Miller
É importante destacar que a classificação da recessão do tecido gengival pode ser dividida em 4 classes diferentes, sendo elas:
Classe I
Ocorre quando a recessão é restrita à gengiva inserida. Assim, ela não se estende até a linha mucogengival. Portanto, não ocorre perda interdentária de osso ou tecido mole.
Classe II
Acontece principalmente quando a recessão atinge ou ultrapassa a linha mucogengival. Nesse caso, não há perda interdentária de osso ou tecido mole do paciente.
De acordo com a classificação de Miller, nas classes I e ll, é possível que ocorra um recobrimento total após procedimentos cirúrgicos.
Isso porque o leito de tecido ósseo para os enxertos teciduais encontra-se presente.
Classe III
Aqui, a recessão atinge ou ultrapassa a linha mucogengival. Portanto, a situação é considerada mais grave que nas classes citadas anteriormente.
Existe perda de osso interdentário e o tecido gengival proximal é apical à junção amelocementária, permanecendo coronária à base da recessão.
Neste caso, considera-se o mau posicionamento dentário, o que pode proporcionar problemas de oclusão.
Quando aplicado um recurso terapêutico, somente um recobrimento parcial pode ser esperado, uma vez que houve perda óssea significativa, danificando bastante a saúde oral do paciente.
Classe IV
Caso o paciente apresente uma recessão do tecido marginal classe 4, é possível que ela atinja ou ultrapasse a linha mucogengival.
Os tecidos proximais estão situados no nível da base da recessão e essa implica mais de uma face do dente.
Na classe IV, nenhum recobrimento é possível e isso deve ser levado em consideração no exame clínico para se evitar grandes expectativas do paciente, uma vez que ele dificilmente terá o seu sorriso recuperado.
Sobre as Anomalias Gengivais
Agora está na hora de falarmos um pouco mais sobre as anomalias que dão origem a recessão gengival nos pacientes. São elas a gengivite e a periodontite. Vamos conhecê-las melhor:
Gengivite
Essa é, de longe, a doença com mais ocorrência entre as que afetam a gengiva. A gengivite consiste na fase inicial da inflamação da gengiva, ocasionada pelo acúmulo de bactérias nos dentes.
Em geral, seus sintomas são inchaço, vermelhidão e sangramento das gengivas. Por ser a fase inicial de uma doença periodontal, a gengivite tem tratamento mais simples.
Desse modo, a limpeza e a remoção da placa bacteriana, feitas no consultório do dentista, devem solucionar o problema.
Periodontite
Quando a gengivite não é tratada da maneira adequada, a doença se desenvolve para a periodontite. Nesses casos, a infecção atinge, além dos tecidos gengivais, os ossos e as fibras de sustentação dos dentes.
O maior risco associado à periodontite, além do inchaço e da vermelhidão das gengivas, é a perda dos dentes. Nesse estágio, a doença não é curável, porém conta com tratamentos efetivos.
Entre os tratamentos para essa doença estão a limpeza e remoção da placa bacteriana, a raspagem da raiz do dente. Além disso, existem tratamentos cirúrgicos.
Geralmente, é durante a periodontite que a classificação de Miller é utilizada.