Com o aumento da poluição nas grandes cidades, doenças respiratórias são cada vez mais comuns. Dentre elas, a asma é uma das mais conhecidas.
Apesar de ser diagnosticada normalmente na infância, a asma pode aparecer em pessoas de qualquer idade.
Asma é uma doença na qual os bronquíolos são contraídos, dificultando a respiração.
Também é possível que os bronquíolos inflamem, aumentando o problema para respirar uma vez que fica difícil expirar o ar, dando a sensação de asfixia.
Mas você sabia que existe uma relação entre asma e odontologia?
Vamos explorar o assunto nesse artigo, falar mais sobre a doença e mostrar também quais são os problemas que ela traz para a saúde bucal.
O que causa asma?
Ainda não existem estudos que comprovem o quê exatamente origina a doença, afinal a sensibilidade varia de pessoa em pessoa.
Sendo assim, é aconselhado a quem possui a doença que entenda qual é o fator que serve de gatilho para evitar a exposição a eles e, claro, buscar um especialista para fazer o tratamento adequado.
Confira abaixo alguns dos causadores mais comuns das crises:
- Substâncias que causam inflamações: Coisas conduzidas pelo ar, como ácaro, poeira, poluição, pólen, mofo, pelo de animal, fumaça de cigarro, pedaços de insetos, tinta, desinfetante e produtos de limpeza.
- Infecções virais, resfriados e gripes.
- Alimentação: Ovos, leite de vaca, amendoim, soja, trigo, peixe, camarão e outros crustáceos, saladas e frutas secas bem como conservantes podem gerar crise asmática.
- Esforços físicos: Fazer esforços físicos pode causar um ataque de asma. Os sintomas podem aparecer entre cinco e vinte minutos após o começo da atividade física, dificultando que o fôlego seja retomado.
- Mudança de temperatura: Choques térmicos são um grande problema para quem tem um nariz mais sensível, podendo gerar fortes crises asmáticas.
Existem outras situações nas quais as crises podem aparecer?
A doença pode aparecer em outras duas circunstâncias diferentes. Confira abaixo:
- Asma ocupacional: Mais comum em pessoas que ficam muito tempo perto de agentes químicos, tintas e agrotóxicos.
É mais comum em pessoas que trabalham em usinas, e as crises acontecem no ambiente de trabalho.
Entretanto, pode atingir pessoas que criam animais, veterinários, agricultores, cabeleireiros, enfermeiros, pintores e marceneiros.
- Asma noturna: Os sintomas aparecem normalmente durante a noite, aumentando a chance de sofrer crises enquanto dorme.
Crises noturnas podem acontecer por exposição à alérgenos, resfriamento das vias respiratórias, posição para dormir e até ronco e apneia.
Quais os sintomas?
Os sintomas mais comuns em pessoas que tem asma são:
- Falta de ar.
- Tosse seca.
- Chiado.
- Sensação de sufocamento no peito.
É válido lembrar que gripes e resfriados podem piorar os sintomas.
Como é feito o tratamento de asma?
Para quem tem a doença é essencial controlar e prevenir que ocorram crises. Sendo assim, existem medicações de uso ininterrupto que ajudam a diminuir a sensibilidade nasal e também a inflamação dos brônquios.
Pessoas que não fazem o tratamento com os medicamentos acabam por deixar cicatrizes nos brônquios que podem tornar a doença incontrolável.
Remédios de uso contínuo
Os medicamentos serão indicados conforme fatores como idade, sintomas comuns durante crises e o que estimula as crises, bem como também qual será melhor para controlar a asma.
Geralmente eles serão tomados todos os dias, e serão a base para o tratamento. Dentre eles se encontram:
- Medicamentos corticosteroides inalados: Agem exatamente no pulmão, possui tempo de ação que varia entre quatro, 12 e 24 horas. Controla praticamente todos os casos de asma.
- Modificadores de leucotrienos: Medicamentos via oral que intercedem na inflamação dos pulmões, normalmente recomendados junto de corticoides.
- Beta-agonistas de longa duração: Inalável que abre as vias respiratórias. Funciona como um broncodilatador, normalmente usados junto de corticosteroides. Não deve ser usado durante uma crise asmática.
- Teofilina: Funciona como um broncodilatador, mas serve como anti-inflamatório. Aconselhado o uso a cada 12 horas.
Broncodilatadores
Os broncodilatadores servem para ajudar em uma crise de asma, uma vez que eles servem para relaxar os músculos dos brônquios e permitir o acesso do ar nos pulmões normalmente.
Geralmente agem instantaneamente, causando alívio imediato. Existem também os broncodilatadores de curta duração (entre quatro e seis horas de ação) e também os de longa duração (de 12 a 24 horas).
É válido ressaltar que esse tipo de medicação não faz parte de um tratamento preventivo e que o seu uso precisa ser acompanhado por corticoides inaláveis.
O uso constante durante o dia mostra que a doença está muito forte, sendo assim são necessárias outras medicações.
Caso esse seja o seu caso, procure um médico que irá analisar o caso e receitar o melhor remédio para prosseguir com o tratamento.
Qual é a relação da doença com a odontologia?
Apesar de eficientes contra os sintomas da asma, os broncodilatadores causam problemas para a odontologia uma vez que podem causar xerostomia, por exemplo, que diminui a produção de saliva.
Se esse for o caso, o paciente se torna mais propenso a desenvolver vários problemas bucais.
Além disso, segundo um estudo feito na Universidade de Gotemburgo (Suécia) em dezembro de 2010, crianças com a doença são mais propensas a ter cárie dentária.
Após muito tempo respirando pela boca, a pessoa que tem a doença fica com a boca seca.
Sendo assim, as crianças consumiam bebidas com açúcar, contribuindo para o desenvolvimento de cárie.
Como o dentista deve agir com pacientes que possuem a doença?
É aconselhado que o dentista saiba dos riscos e problemas que a doença pode causar a saúde bucal do paciente.
Sendo assim, ele deve alertar o paciente do risco que o uso do broncodilatador pode causar.
Ainda não foi comprovado que os medicamentos utilizados para reverter o quadro da doença, além do broncodilatador, causam problemas odontológicos.
Entretanto, existem remédios da rotina odontológica que pacientes que possuem asma não podem fazer o uso por poder agravar as crises asmáticas.
Um bom exemplo é a sensibilidade quanto à estabilizantes ou conservantes das anestesias locais como sulfito e metilparabeno.
De tal forma, a anestesia odontológica utilizada em alguns procedimentos deve ser diferente da usual.
Além disso, o profissional da área pode aconselhar que o paciente adquira novos hábitos para melhorar a saúde bucal.
Confira abaixo coisas que o dentista pode falar:
- Aconselhar o uso dos medicamentos antes das principais refeições (café da manhã, almoço e janta).
- Lavar a boca após inalar o medicamento.
- Usar produtos que contenham flúor para higienizar a boca.
É válido ressaltar que resolver a má-oclusão dental pode ajudar a melhorar a respiração.
Os dentistas também devem estar preparados para atender pacientes asmáticos de forma diferente.
De toda forma, pacientes que possuem asma devem tomar os devidos cuidados com a doença e acompanhar com um dentista o estado da saúde bucal.