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Doença periodontal é evitada de maneira simples

Doença periodontal é evitada de maneira simples

Nossa gengiva pode ser atacada por diversas doenças que prejudicam toda a saúde bucal

A gengiva é muito importante para nossa boca. Afinal, é ela quem sustenta e protege nossos dentes. No entanto, ela não está livre dos problemas bucais e muitos sofrem com a doença periodontal.

É por isso que cuidar da gengiva é tão importante. Uma doença periodontal pode comprometer dos dentes até o osso alveolar. Entenda o que é uma doença periodontal, seus tratamentos e prevenção!

Doença periodontal ataca da gengiva até o osso alveolar e pode ser dividida em três fases, da mais leve até a mais grave. São elas: a gengivite, a periodontite e a periodontite avançada.

Nós costumamos tratar cada uma dessas fases como uma doença diferente, mas as três estão ligadas e podem ser tratadas apenas como doença periodontal.

  1. O Que Causa a Doença Periodontal?
  2. Quais os Sintomas Mais Comuns?
  3. Como Tratar a Doença Periodontal?
  4. Doença Periodontal em Criança
  5. Doença Periodontal na Terceira Idade
  6. Qual a Melhor Forma de Prevenção?

O Que Causa a Doença Periodontal?

As doenças periodontais são causadas por bactérias que se acumulam e desenvolvem na boca por conta da falta de higienização adequada. Portanto, as doenças são evitáveis!

Além disso, elas são também consideradas um tipo de junção de diversas condições inflamatórias que tenham assim um caráter crônico.

Dessa forma, são de uma origem bacteriana. Essa começa sempre atingindo o tecido gengival. Porém, com o tempo, pode fazer com que os tecidos de suporte dos dentes sejam perdidos.

As placas bacterianas são então o principal fator etiológico que caracteriza um quadro de doença periodontal. A partir do acúmulo destas é que doenças como a gengivite se manifestam.

Gengivite

Essa doença é uma inflamação que se manifesta principalmente na região da gengiva marginal. É sim possível revertê-la.

Além disso, ela pode também ocorrer em qualquer indivíduo, uma vez que o acúmulo que haja suficiente acúmulo de placa bacteriana dental bem na margem dento-gengival.

Ela é considera uma doença infecto-inflamatória que é, principalmente, indicada por uma vermelhidão nas gengivas edemas, sangramentos durante o processo de sondagem.

O sangramento só ocorre por conta da inflamação. Ele se manifesta como sendo uma resposta ao acúmulo gradual de biomassa supra gengival.

Periodontite

Existem também outras patologias com a mesma origem no acúmulo de placas, como é o caso da doença periodontal destrutiva e a periodontite.

Ambas são também casos de inflamações nos tecidos de suporte dos dentes. Elas podem ser identificadas a partir da presença de algum sangramento, de uma sondagem ou perda de inserção.

Esse último caso ocorre na região entre o osso, cemento e o ligamento periodontal, podendo ter como um resultado disso a formação de bolsas periodontais.

Explicando Cada Uma das Fases

Ficou um pouco confuso? Nós simplificamos. De forma mais simples, são três que compõem os estágios da doença periodontal e que são os principais responsáveis pelo seu desenvolvimento. São eles:

  1. Gengivite: este é o primeiro estágio da inflamação gengival. Se a escovação e o uso do fio dental diariamente não forem suficientes para remover a placa, ela produzirá toxinas que podem irritar o tecido gengival, causando a gengivite. Você pode notar algum sangramento durante a escovação e o uso do fio dental. Neste primeiro estágio da doença, o dano pode ser revertido, já que o osso alveolar e o tecido conjuntivo que seguram os dentes no lugar não foram atingidos.
  2. Periodontite: neste estágio, o osso e as fibras de sustentação que mantêm os dentes em posição são danificados e não conseguem mais ser resolvidos. O tratamento feito de maneira correta com ajuda de um profissional juntamente com uma higiene bucal rigorosa em casa, de certa forma podem ajudar a prevenir problemas futuros mais graves;
  3. Periodontite avançada: por último, quando a situação realmente já está muito mais complicada, as fibras e ossos que sustentam os dentes já estão completamente acabados. Dessa forma, esses dentes danificados acabam então mudando seus lugares originais, ou ainda, acabam se abalando com a mobilidade. É um dos piores casos, uma vez que pode facilmente afetar a mordida e, se um tratamento correto não for realizado, o paciente pode vir a perder seus dentes.

Ou seja, a doença se inicia na gengivite. Se não for tratada, ai sim ela poderá evoluir para possíveis quadros de periodontite e também de periodontite avançada.

Quais os Sintomas Mais Comuns?

sintomas da doença periodontal

Conseguimos identificar alguns sintomas da doença periodontal isolados de seus agentes causadores, como:

  1. Próteses parciais que se desajustaram;
  2. Pus visível em torno dos dentes e gengiva;
  3. Dores agudas ao mastigar os alimentos;
  4. Dentes excessivamente sensíveis a temperaturas frias ou quentes.

A gengivite é a primeira fase e a que mostrará os sinais mais brandos da doença periodontal. Por isso, você deve ficar esperto para saber identificá-los e evitar que a doença evolua.

Os primeiros sinais costumam ser:

  • Gengiva inflamada e inchada;
  • Vermelhidão intensa das gengivas;
  • Sangramento ao escovar os dentes ou passar o fio dental;
  • Dor e sangramento da gengiva ao mastigar;
  • Os dentes parecem mais longos, pois há uma retração gengival;
  • Mau hálito e gosto ruim na boca;
  • Nos casos mais graves pode haver sangramento espontâneo da gengiva.

Nos casos mais graves, já na periodontite, os pacientes podem ter sintomas similares, juntamente com mais alguns, como exemplo:

  • Mau hálito
  • Gengivas com aspecto vermelho vivo ou arroxeado
  • Aspecto brilhante nas gengivas
  • Sangramento na gengiva que ocorre com facilidade (principalmente durante a escovação)
  • Gengivas sensíveis ao toque, mas que não doem de outra forma
  • Dentes soltos
  • Inchaço nas gengivas

Porém, ainda antes desses sintomas aparecerem, existem algumas atitudes ou ainda certos hábitos do dia a dia que contribuem para seu desenvolvimento. Vamos entender mais sobre isso?

Fatores de Risco da Gengivite

Como já explicamos anteriormente, a gengivite não se restringe a nenhum grupo específico de pessoas. Porém, é preciso ter uma atenção maior ainda com os seguintes casos:

  • Higiene bocal precária
  • Tabagismo
  • Diabetes
  • Idade avançada
  • Imunidade baixa
  • Uso de medicamentos específicos
  • Infecções virais e fúngicas
  • Boca seca
  • Mudanças hormonais, relacionadas à gravidez, ciclo menstrual, puberdade e pílulas anticoncepcionais
  • Deficiências nutricionais
  • Uso excessivo de determinadas substâncias
  • Aparelhos bucais mal encaixados ou mal limpos.

Fatores de Risco na Periodontite

O mesmo ocorre com essa doença. Apesar de não possuir então muitas restrições, alguns dos fatores que podem aumentar as chances de desenvolvimento são:

  1. Gengivite
  2. Predisposição genética
  3. Maus hábitos de saúde bucal
  4. Fumo
  5. Pacientes diabéticos
  6. Idade avançada
  7. Diminuição da imunidade, como ocorre em doenças com leucemia, HIV/AIDS e após sessões de quimioterapia, para tratamento de alguns tipos de câncer
  8. Má nutrição
  9. Medicamentos
  10. Alterações hormonais relacionadas à gravidez ou a menopausa
  11. Abuso de substâncias, como álcool e drogas
  12. Problemas dentários estruturais
  13. Problemas com a forma como os dentes se encaixam ao morder.

Como Tratar a Doença Periodontal?

doenças periodontais

Cada fase das doenças periodontais têm um tratamento, que pode ser simples ou mais complexo, dependendo da gravidade.

A gengivite, por exemplo, pode ser facilmente tratada, inclusive com o auxílio de uma pasta de dente para gengivite.

Dessa forma, o dentista e o paciente, juntos, aplicam medidas para acabar com as causas da gengivite no tratamento da doença periodontal, o que leva ao fim da inflamação.

Já a periodontite exige mais cuidados. Entre os tratamentos possíveis, há os cirúrgicos e os não-cirúrgicos. Vamos então entender melhor sobre cada um deles?

Tratamentos Para a Gengivite

Primeiramente, a forma com que o dentista de fato diagnostica essa doença e por meio de todos os sintomas que o paciente apresenta, juntamente com uma avaliação bucal.

Nesse momento, ele irá examinar todos os dentes, se há gengiva saudável, língua e as paredes da região interna da boca. Ele costuma nesse momento procurar por acúmulo de placas e depósitos de tártaro nos dentes.

Caso essas causas ainda não estejam exatamente claras, é muito comum que o cirurgião-dentista peça que sejam feitos exames específicos para ajudar na identificação.

Ao constatar que de fato é uma gengivite, ele começa então o tratamento. Esse consiste basicamente em acabar com as causas para que os sintomas de inflamação possam ser revertidos.

Esse momento é fundamental pois, uma vez que é identificado e o tratamento iniciado, evita-se que o quadro se desenvolva para algo muito mais perigoso.

Tratamento no Consultório

O procedimento que costuma ocorrer no consultório odontológico nesse caso é então:

  1. É inicialmente realizada uma avaliação de toda a boca e feita uma limpeza para remoção de toda a placa presente na superfície dos dentes e tártaro;
  2. O dentista passa ao paciente todas as instruções para a escovação correta e fala também sobre a importância do uso do fio dental;
  3. São marcadas as visitas regulares ao dentista para realizar check-ups e limpezas que sejam necessárias;
  4. O profissional irá também analisar se os reparos dos aparelhos ortodônticos, próteses e restaurações não podem estar dificultando na higiene bucal do paciente.
  5. Por fim, ocorre então a limpeza dos dentes, cujo procedimento também é conhecido como profilaxia. Assim, é nesse momento que o dentista irá remover toda a placa que está acumulada e o tártaro presente nos dentes.

Todo o tratamento costuma ser muito eficaz e atender todos os resultados esperados. Então, principalmente se tratado no início, pode ser solucionado no próprio consultório.

Entretanto, isso não significa que o paciente deve relaxar. Muito pelo contrário!

É fundamental então que ele mantenha sempre as boas práticas de higiene bucal em sua casa, evitando assim que a inflamação volte.

Tratamentos Para a Periodontite

O diagnóstico para a periodontite costuma ser bem simples e sem grandes complicações. Baseado em alguns exames na boca do paciente, os sintomas indicarão o problema.

O dentista irá também procurar por acúmulo de placas bacterianas, tártaro em excesso e sangramentos.

Entretanto, o diferencial é que, para identificar então qual a gravidade dessa doença, o dentista pode realizar alguns processos diferentes, como:

  1. Usar um instrumento dental que consiga medir o quão profundo está o bolso do sulco entre a gengiva e os dentes. Isso é feito por meio da inserção de uma sonda metálica bem do lado do dente e embaixo da gengiva. Costuma ser feito em mais de uma área da boca;
  2. Costuma também fazer exames radiográficos dos dentes a fim de checar se houve ou não alguma perda óssea. Principalmente nas regiões em que o profissional observa maiores sinais de periodontite crônica.
Tipos Tratamento da Periodontite

Após ter feito então todo o diagnóstico, o tratamento pode começar. Dessa forma, o objetivo é diminuir toda a inflamação, acabar com os bolsos que houver e tratar outras possíveis causas.

Em casos de pacientes que possuem superfícies ásperas dos dentes ou ainda aparelhos odontológicos, é importante que que esses sejam separados, principalmente se houver suspeita de que estão facilitando a periodontite.

Um dos procedimentos mais importante nesse caso é realizar cuidadosamente uma boa limpeza nos dentes do paciente.

Isso pode ser feito com diversos instrumentos ou ainda aparelhos que removem o acúmulo de placa e tártaro ou também por meio de uma raspagem periodontal ou um alisamento radicular.

Assim como na gengivite, a higiene bucal de rotina deve ser extremamente cuidadosa e jamais interrompida, independentemente dos cuidados do cirurgião-dentista.

Caso você tenha dúvidas, consulte seu profissional sobre as melhores técnicas de escovação, como passar o fio dental corretamente e qualquer outra dúvida que tiver.

Aos pacientes que possuem um quadro de periodontite, o mais indicado é que sejam feitas, no mínimo, duas limpezas dentárias profissionais.

Procedimentos Cirúrgicos

Também pode ser necessária cirurgia para tratar o problema, pois bolsos muito profundos nas gengivas podem precisar ser abertos e limpos. Além disso, dentes soltos podem precisar de suporte.

Talvez o dentista precise remover um ou vários dentes para que a periodontite não piore e se espalhe para os dentes vizinhos, tornando o problema consideravelmente mais complicado.

Dentre os tratamentos cirúrgicos, encontramos a aplicação de derivados de matriz do esmalte dental.

O recuso tem então como objetivo fortalecer o dente que é afetado pela doença e evitar que mais bactérias se proliferem na região.

A regeneração tecidual guiada também é outro recurso cirúrgico. Esse procedimento visa proteger o osso do ataque das bactérias.

Doença Periodontal em Criança

gengivite infantil

É muito comum que os dentistas na clínica de odontopediatria se deparem com casos de crianças e adolescentes sofrendo com doença periodontal.

As reações inflamatórias que são características da doença, costumam apresentar um certa piora conforme a idade das crianças vai se avançando.

As crianças estão mais suscetíveis a lesões e traumas, uma vez que estão sempre brincando e expostas a esse certo tipo de situação. Esses são quadros que contribuem para o desenvolvimento da doença.

Além disso, um certo posicionamento incorreto dos dentes também pode influenciar. Por isso, o quanto antes um profissional for procurado para realizar tal correção, menores as chances de maiores problemas.

Assim como já explicamos, caso a gengivite infantil se desenvolva, pode se tornar uma periodontite.

Dessa forma, os tipos mais graves dessa patologia que se manifestam em crianças costumam ser familiares. Normalmente, o que ocorre é que há uma predisposição genética para essa doença.

Uma curiosidade é que, nas crianças e adolescentes, controlar o biofilme bacteriano é um dos processos de maior importância e mais efetivos, que auxiliam na diminuição das doenças do periodonto.

Dessa forma, é importante que treinamentos individuais e até mesmo personalizados sejam feitos. Isso irá então motivar as crianças a manter uma rotina de higienização bucal efetiva.

Para as que ainda não possuem toda a coordenação motora necessária, os pais farão o papel mais importante de realizar essa atividade para elas.

Doença Periodontal na Terceira Idade

Diabetes

Com o passar da idade, todos nós acabamos ficando mais frágeis e, caso você não saiba, isso é uma doença. A fragilidade atinge cada vez mais os idosos.

Muito associada com o alto risco de incapacidade, uma maior dependência, possíveis quedas e até mesmo uma hospitalização.

Dessa forma, é muito simples de perceber que, já com uma certa idade um pouco mais avançada, a coordenação motora e até mesmo a atenção, diminuem.

Por isso, é muito comum que os idosos acabem, sem querer, pecando um pouco mais quando falamos sobre sua rotina de higiene bucal. É esse o fator que ajuda então a causar doença periodontal nos mais velhos.

Outros Fatores

Além disso, esse problema bucal está associado à presença de certas doenças, sejam elas crônicas ou ainda sistêmicas, como:

  • Diabetes
  • Doenças pulmonares
  • Artrite Reumatoide

Essas são doenças que, apesar de não serem restritivas, costumam aparecer com muito mais frequências em pessoas mais idosas.

Dessa forma, para os que possuem de fato problemas com dentes periodontalmente comprometidos, eles podem ainda ser mais sensíveis a pneumonias por aspiração.

Elas podem ter sido adquiridas em comunidade ou não. Nos idosos mais frágeis, debilitados e que possuem uma defesa do organismo já não tão boa, principalmente se estiverem de cama, o quadro é ainda mais complicado.

Normalmente, o consumo de vários tipos de medicamentos (algo comum na terceira idade) pode fazer também com que seja diminuído o nível de produção de saliva.

Isso pode ser algo crucial tanto no tratamento quanto como uma causa em potencial para a doença periodontal. Por isso, é importante que o cirurgião-dentista identifique se há ou não problemas salivares no paciente.

Apesar de todas as dificuldades, não deixa de ser fundamental que estes se comprometam a realizar uma higiene oral que seja eficaz e eficiente.

O ideal sempre é que as famílias estejam próximas acompanhando de perto a escovação e se estão realizando todos os processos básicos com enxague bucal e limpeza com fio dental.

Alguns idosos acabam indo para casas de repouso. Porém, é imprescindível que suas condições de higiene bucal estejam sempre sendo avaliadas, a fim de evitar problemas como a doença periodontal.

Qual a Melhor Forma de Prevenção?

Higiene e Cuidados com o Aparelho

Quando falamos das doenças periodontais, a melhor forma de prevenção é a higienização bucal bem-feita. Algumas dicas podem te ajudar nesse processo:

  • Compre escovas macias! Elas são as melhores para higienizar os dentes.
  • Fio dental e enxaguante são seus melhores amigos! Não existe um bom cuidado bucal sem esses dois itens, por isso, os mantenha sempre por perto.
  • Tenha um kit de higiene sempre com você! O kit permite que você possa higienizar os dentes sempre que necessário e em qualquer lugar.
  • Não exagere na escovação! O recomendado é que se escove três vezes ao dia. Se você fizer muitas refeições durante o dia, o melhor caminho é enxaguar a boca após cada refeição e usar o fio dental para limpar entre os dentes quando necessário.

No entanto, não se esqueça de que ir ao dentista é essencial para evitar a doença periodontal. As limpezas eliminam as placas antes que elas possam se acumular e comprometer a saúde bucal.

ACESSO RÁPIDO
    Ramiro Murad
    Ramiro Murad Saad Neto, cirurgião-dentista com registro no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CRO-SP) nº 118151, é graduado pela UNIC e residente em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial Facial no Sindicato dos Odontologistas de São Paulo (SOESP - SP). Possui habilitação em Harmonização Orofacial e também é gestor de clínicas e franquias odontológicas. Além disso, é integrante da equipe Bucomaxilofacial da Clínica da Villa, que está na Rua Eça de Queiroz, 467 - Vila Mariana, São Paulo - SP.

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