O siso é o último dente a nascer na nossa arcada dentária
Muitas pessoas já precisaram remover o dente do siso. Um dos tratamentos mais comuns quando se fala em saúde bucal, a retirada do siso se tornou motivo de receio para muitos por conta das complicações que pode desencadear.
Apesar de causar dor em boa parte dos casos, nem sempre a extração do siso é necessária. Os novos dentes podem crescer sem problema algum, e se isso acontecer sem obstáculos, eles podem ser mantidos.
O dente siso é o último dente a nascer, tanto nos lados superiores, quanto nos lados inferiores da boca. Se desenvolvem na idade adulta, entre os 12 e 20 anos, e são conhecidos como terceiros molares.
Por terem nascimento tardio, geralmente causam muito desconforto quando começam a surgir.
- Para Que Serve o Dente do Siso?
- Quais as Principais Complicações Causadas Pelo Siso?
- Por Que Extrair o Dente Siso?
- Extraindo o Dente Siso
- Cuidados Pós-Operatórios
- O Que Acontece se o Dente do Siso Não For Extraído?
- Curiosidades Sobre o Dente do Siso
Para Que Serve o Dente do Siso?
Um fato curioso sobre o dente siso é que, por causa da época da vida na qual geralmente ele tem sua erupção, o siso também foi popularmente batizado de “dente do juízo”.
Esse dente era muito útil para nosso ancestrais. Ele servia para triturar e macerar os alimentos no período pré-histórico. Entretanto, os alimentos perderam a rigidez e são bem mais fáceis de mastigar.
Assim, com o passar dos séculos, e o avanço das técnicas de cocção, os sisos perderam a sua função na arcada dentária e no processo de mastigação. Por essa razão, sua extração não gera grandes prejuízos.
Isso porque o homem desenvolveu técnicas mais eficientes para repartir os alimentos. No começo, eram utilizadas ferramentas pedras, mas o ser humano desenvolveu os talheres, utilizados até os dias atuais.
Quais as Principais Complicações Causadas Pelo Siso?
O dente do siso pode se desenvolver sem causar nenhum problema para certas pessoas. Contudo, ele pode proporcionar uma série de complicações para outros pacientes. Isso varia bastante.
Um exemplo ocorre quando este dente não consegue erupcionar, ficando preso dentro do tecido gengival ou até mesmo do próprio osso do paciente.
Com isso, é possível que o indivíduo desenvolva problemas sérios em sua cavidade oral, como um cisto ou, em casos mais graves, um tumor.
Fora isso, o dente do siso pode nascer parcialmente, ou seja, ficar apenas com uma pequena parte para fora da gengiva. Dessa maneira, pode ser que ele se incline, exercendo pressão em dentes adjacentes.
Assim, com o passar do tempo, esta movimentação pode promover sérios problemas de apinhamento dental, que podem angariar problemas estéticos e anomalias na ATM da pessoa.
Além disso, as raízes dos dentes próximos ao siso podem ser absorvidas devido à sua presença, provocando outros tipos de disfunções para nossa saúde bucal.
Por fim e não menos importante, é importante frisar que os terceiros molares se localizam em uma região bastante escondida e profunda de nossa boca, sendo mais suscetível ao acúmulo de alimentos.
Por isso, acaba sendo mais difícil de higienizá-los. Assim, este molar está sujeito à diversas complicações orais, por exemplo:
- Cáries;
- Gengivites;
- Pericoronarites;
- Abcessos.
Por Que Extrair o Dente Siso?
A extração do dente do siso é necessária quando ele nasce em uma arcada dentária que não tem espaço para acomodá-lo ou quando sua presença acarretar algum dos problemas citados anteriormente.
Quando isso acontece, além de provocar muita dor, ele pode prejudicar os dentes ao redor. Inclusive, pode acabar os movendo e os desalinhando.
Essa movimentação pode gerar o acúmulo de bactérias que, por sua vez, cria problemas infecciosos como a gengivite e, em casos mais graves, o surgimento de abscessos dentários.
Por vezes, o dente do siso pode demorar a despontar.
Isso representa um perigo e facilita o desenvolvimento do cisto dentário na região, que consiste no acúmulo de um líquido com células mortas e bactérias em alguma cavidade da gengiva.
O próprio dente do siso desenvolve cárie e inflamações com mais facilidade. Isso acontece por conta da junção de bactérias em espaços entre o dente e a pele da gengiva, por exemplo, quando mal erupcionado.
Entre os sintomas de uma inflamação no dente do dente siso estão:
- Mau hálito;
- Dores agudas, tanto nos dentes, quanto no rosto e na cabeça;
- Vermelhidão na região da boca onde está localizado;
- Gânglios inflamados no pescoço ou abaixo da região mandibular.
Quando os sisos nascem muito próximos aos dentes segundos molares, também acarretam muita dor ao paciente e precisam ser retirados.
Extraindo o Dente Siso
A extração requer anestesia em parte da boca. Ela pode ser aplicada tanto de maneira local como geral. Isso depende da avaliação e opção do profissional encarregado no procedimento.
Em caso de sisos infectados ou inflamados, é necessário fazer uso de medicação com antibióticos. O paciente toma as medicações por pelo menos oito dias antes do procedimento.
Quando a situação é mais simples, é possível extrair os quatro sisos na mesma sessão. Já quando o caso é mais complexo, a remoção é dividida em etapas.
O recomendado é realizar o procedimento em um lado de cada vez.
Extração Pode Contribuir Para a Coleta de Células Tronco
O dente do siso, assim como outros dentes presentes em nossa cavidade oral (como os de leite, ligamento periodontal e papila apical), possui a sua polpa recheada de células tronco.
Assim, a extração desta estrutura pode contribuir para a coleta destes tipos celulares.
Contudo, é necessário que a coleta das células seja realizada em clínicas especializadas. Também é preciso que a coleta seja feita próxima ao momento da extração.
Mas você deve estar se perguntando: qual a vantagem obtida a partir desse procedimento? As células-tronco podem ser utilizadas em diversos procedimentos cirúrgicos, inclusive dentro da odontologia.
O uso delas pode ser indicado quando uma pessoa não possui tecido ósseo ou gengival suficiente para a realização de determinados tipos de cirurgia.
Desde uma simples extração dentária até mesmo uma reconstrução total da boca do paciente.
Estudos com células-tronco são de grande interesse para a ciência, pois possuem a capacidade de estimular a regeneração tecidual e, consequentemente, apresentam diversas perspectivas terapêuticas.
Esse fato torna possível a sua utilização em diversos procedimentos odontológicos, visando trazer uma melhoria na saúde bucal da população.
Outras Aplicações das Células Tronco
As células-tronco são usadas atualmente em terapias celulares e para criação de modelos de pesquisa, para entendimento de doenças e desenvolvimento de medicamentos.
Veja a seguir algumas das aplicações dessa célula na medicina:
- Transplante de células tronco hematopoiéticas: Também conhecido como transplante de medula óssea, esse é o uso mais antigo das células-tronco. Uma vez que o transplante é realizado, a intenção é justamente substituir essas células-tronco, para que as novas células produzidas pela medula óssea sejam saudáveis;
- Lipoenxertia sem reabsorção: Em alguns países os procedimentos plásticos de lipoenxertia – onde a gordura do corpo é enxertada em outras regiões – tem a gordura enriquecida com células-tronco.Isso impede que ocorra a reabsorção desse tecido adiposo, o que é bastante recorrente após a realização do procedimento. As células tronco diminuem consideravelmente a chance de isso acontecer.
Cuidados Pós-Operatórios
Após a cirurgia, o principal cuidado a ser tomado é que o paciente não deve deixar que o tampão de sangue do buraco deixado pelo dente ausente saia daquela região.
A verdade é que muitas pessoas não sabem, mas o profissional dá os pontos na região onde se removeu o dente para impedir que o coágulo de sangue saia.
Isso pode deixar a região óssea na qual o dente estava preso descoberta, deixando o local mais suscetível a uma infecção óssea e a fortes dores.
Por isso, as recomendações do pós-operatório se baseiam em evitar que este tampão de sangue natural saia do buraco e o deixe mais vulnerável após a extração.
Fora isso, é comum que o dentista ainda dê algumas recomendações ao paciente operado, como por exemplo:
- Evitar cuspir;
- Não realizar bochechos, nem com água;
- Ingerir apenas alimentos moles, como comidas pastosas ou líquidas, de preferência mornas ou frias;
- Não realizar esforço físico;
- Não ficar exposto ao sol durante muito tempo;
- Sempre que repousar, deixar a cabeça mais elevada que o resto do corpo;
- Em caso de sangramento, morder uma gaze por 15 minutos e realizar compressas com gelo;
- Tomar apenas a medicação indicada pelo dentista, ou seja, nunca se automedicar;
- Após o período de sete dias, o ideal é retornar ao dentista para retirar os pontos e verificar se existe alguma anormalidade no processo de cicatrização.
Higiene Oral Também é Muito Importante
É fundamental que você siga todas as recomendações passadas para não enfrentar nenhuma complicação. É bastante comum que após tirar o siso, o paciente enfrente hemorragias e infecções com maior facilidade.
Por isso, além de seguir à risca as instruções passadas acima, você ainda deve caprichar na higiene oral. A atenção com este quesito deve ser redobrada durante o período de recuperação.
Sabendo disso, nós da Simpatio elaboramos um passo a passo de como deve ser realizada a higienização de sua boca. Acompanhe:
- Comece escovando as superfícies voltadas para a bochecha dos dentes superiores e, depois, dos inferiores, sempre de maneira bem suave e com muito cuidado, para não danificar a região que se encontra em processo de cicatrização;
- Siga fazendo a escovação das superfícies internas dos dentes superiores e inferiores, mantendo o ritmo e tranquilidade;
- Escove as superfícies de mastigação, com extrema cautela para não forçar a região dos pontos;
- Faça movimentos circulares ou verticais, da gengiva para fora. Repita o movimento por cerca de 10 vezes, a cada 2 dentes;
- Escove a língua fazendo movimentos para trás e para a frente. Além disso você ainda pode escovar o céu da boca e as bochechas. Entretanto, o recomendado é evitar tais movimentos, tendo em vista que eles podem interferir diretamente no processo de cicatrização.
Qual a Escova de Dentes Ideal?
Grande parte dos profissionais da área sugere que a escova de dentes tenha cerdas macias.
E essa dica vale ainda mais tendo em vista que o paciente acabou de passar por um procedimento cirúrgico para extrair o dente do siso.
Além disso, esse tipo de escova é o melhor para a remoção da placa bacteriana e dos resíduos de alimentos.
Ainda, é indicado procurar escovas com cabeças menores pois são mais adequadas e alcançam com facilidade todas regiões da boca.
Outra dica valiosa é que você deve realizar a troca de escova de dentes a cada três meses ou quando notar que ela está desgastada e com as cerdas tortas, o que poderia torná-la menos eficiente para a higienização.
Nem todos se atentam a esse detalhe, mas é muito importante trocar de escova depois de uma gripe ou resfriado para diminuir o risco de uma nova infecção por meio dos germes que aderem às cerdas.
Ainda, para manter a higiene da escova e evitar cáries e outras infecções, o ideal é não a compartilhar com outras pessoas.
Guarde sua escova em um local seco, com as cerdas viradas para cima e, de preferência, proteja-a com uma tampa.
Como é Para Quem Utiliza Aparelho ou Prótese Dentária?
A escovação para quem usa aparelho ortodôntico é bem similar ao procedimento ao descrito acima.
Primeiramente, você deve utilizar uma escova comum, realizando movimentos circulares entre a gengiva e a parte de cima dos braquetes, removendo a sujeira e placas bacterianas que podem estar nesta região.
Em seguida, o ideal é repetir o movimento na parte de baixo dos braquetes, removendo também a placa presente nesta região.
Não se esqueça de escovar também a parte interna, assim como indicado no procedimento sem aparelho fixo, e a sua língua.
Depois que terminar com a escova de dentes comum, use a escova interdental para alcançar locais de difícil acesso e limpar as partes laterais dos braquetes.
Trata-se de um instrumento que possui sua ponta mais fina que o convencional. Por isso, é útil para quem usa aparelhos ou para quem tem próteses na hora de escovar os dentes.
O Que Acontece se o Dente do Siso Não For Extraído?
Nem sempre é necessário realizar a extração do siso. Por exemplo, caso ele se desenvolva em uma boa posição, não irá interferir na saúde oral do paciente.
Assim, a remoção é indicada principalmente em casos de dente semi-incluso ou afetado por alguma anomalia oral, como uma cárie, doença periodontal, compressão ou qualquer outro tipo de inflamação.
Nesses casos, se a cirurgia não for realizada, o dente pode gerar problemas ósseos ao paciente, fazendo com que seus outros dentes fiquem desalinhados e o paciente sofra com severas dores.
Ainda é interessante dizer que, geralmente, as dores estão relacionadas a algum tipo de disfunção na articulação temporomandibular do paciente.
Trata-se de uma articulação que faz a ligação maxilar ao osso temporal do crânio, que fica à frente das orelhas, nas laterais da cabeça. Ou seja, compreende toda nossa região mandibular.
Ela é uma das mais complexas do corpo humano. E, por ser extremamente flexível, é responsável por todos os movimentos da mandíbula, sendo eles para frente, para trás e para ambos os lados.
Quando ocorre alguma disfunção na ATM, a anomalia recebe o nome de DTM ou D-ATM. Ela se manifesta através de diversos sintomas, como:
- Fortes e frequentes dores de cabeça similares a uma enxaqueca;
- Dores de ouvido e pressão atrás dos olhos;
- Uma sensação de desencaixe ou um estalo ao abrir e fechar a boca;
- Dor ao bocejar, mastigar ou abrir demais a boca;
- Mandíbula travada ou deslocada;
- Uma notável mudança no encaixe da arcada dentária;
- Flacidez nos músculos da mandíbula.
Infelizmente esse tipo de lesão não possui uma cura específica. Assim, ela é tratada a partir de alguns recursos terapêuticos, que tem como objetivo aliviar os seus sintomas.
Dessa forma, é fundamental que o paciente se atente e trate um dente do siso inflamado ou que cause apinhamento dental, para não enfrentar uma DTM ou outros problemas ao longo de sua vida.
Por Que Algumas Pessoas Não Possuem o Dente do Siso?
Uma resposta bastante válida para essa pergunta é a teoria de que os dentes do siso são pouco utilizados, e por isso, algumas pessoas nascem sem estas estruturas.
Há quem diga, inclusive, que em questão de anos, essa dentição acabará extinta. Entretanto, existem especialistas que não concordam nem um pouco com essa afirmação.
Baseando-se no conceito de seleção natural, desenvolvido pelo famoso cientista, Charles Darwin, eles alegam que não existe nenhuma característica que impeça os indivíduos que possuem o dente do siso de se reproduzirem, gerando descendentes esta característica.
Podemos até mesmo pensar que essa dentição pode trazer alguns problemas, como já foi citado no decorrer deste artigo.
Entretanto, é válido ressaltar que caso isso aconteça, o indivíduo pode recorrer a uma remoção desse dente, inibindo maiores complicações.
Além disso, ao realizar a cirurgia de remoção, a pessoa não está retirando a informação genética que possui. Portanto, ela continua podendo passar essa característica para seus descendentes.
Ainda, se abordarmos o tema baseando-se no desuso deste órgão, devemos pensar que outras estruturas de nosso corpo também deveriam ter desaparecido, como é o caso do apêndice intestinal e parte de nosso intestino grosso.
Mas isso não ocorreu.
Então, o Que Realmente Aconteceu?
Segundo pesquisas, isso é resultado de alterações em outras regiões de nosso crânio. É isso mesmo, modificações ósseas em outras partes de nossa face podem ter alterado a arcada dentária de algumas pessoas.
Estudos indicam que nos últimos tempos, houve um aumento significativo do tamanho do cérebro humano.
Assim, o nosso crânio consequentemente aumentou.
Isso fez com que a estrutura óssea de nossa face se modificasse, provocando uma diminuição da mandíbula que agora não possui espaço suficiente para acomodar 32 dentes em nossa cavidade bucal.
Curiosidades Sobre o Dente do Siso
Agora está na hora de descobrir algumas curiosidades sobre o dente do siso. Para isso, elaboramos uma lista com algumas dúvidas bastante recorrentes e iremos discorrer um pouco sobre elas. Acompanhe:
Por Que o Dente do Siso Causa Dor?
Como já dissemos anteriormente, o mau posicionamento deste dente é o real motivo para ele proporcionar tantos incômodos ao paciente.
Isso porque a região está propícia ao acúmulo de alimentos, o que pode provocar uma série de inflamações. Além disso, o dente pode dividir espaço com outro, causando fortes dores devido a compressão gerada.
Quantos Dias Depois da Cirurgia de Extração Posso Voltar a Minha Rotina Comum?
Quando a cirurgia ocorre sem maiores complicações, a recuperação costuma ser bem rápida. Entretanto, cada paciente reage de uma maneira diferente.
A alimentação sólida pode ser retomada no terceiro dia de recuperação. Basta que o paciente tome muito cuidado ao mastigar do lado contrário à extração.
Nos dois primeiros após a cirurgia, o melhor é consumir apenas alimentos gelados e pastosos. Na sequência entram alimentos pastosos e mornos, como sopas por exemplo.
Em relação às atividades físicas, a recomendação geral é evitar fazer exercícios e frequentar locais de muito calor nos primeiros dias. O paciente só deve voltar a realizar atividades físicas leves após a retirada dos pontos, que geralmente ocorre após 7 dias.
É Seguro Extrair Mais de um Dente por Cirurgia?
Isso varia bastante, dependendo da posição em que os dentes do siso de encontram na boca do paciente. Existem casos onde é possível retirar os 4 de uma só vez.
Esse cenário ainda apresenta alguns benefícios, uma vez que o paciente só precisará passar pelo procedimento e período de recuperação uma vez.
Entretanto, para que a recuperação não seja tão complicada, o recomendado é remover apenas dois dentes por vez, sendo um superior e outro inferior, ambos do mesmo lado.
Assim, quando o paciente estiver totalmente recuperado, é possível extrair os demais. Trata-se de uma maneira de proporcionar um maior bem-estar e conforto ao paciente.
O Dente do Siso é Maior Que os Outros Localizados no Fundo de Nossa Arcada Dentária?
Essa informação não é nada mais nada menos que um mito. Até mesmo pois não existe um padrão pré-definido para este tipo de dentição.
Assim, não é possível afirmar que o dente do siso é maior ou menor que os demais. Este órgão dentário pode ser grande ou pequeno, variando de pessoa para pessoa.