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Respiração de Cheyne-Stokes tem relação com a odontologia?

Respiração de Cheyne-Stokes tem relação com a odontologia?

Podendo causar distúrbios durante o sono, não é grave e pode ser facilmente tratada

Pacientes com problemas respiratórios chegam ao consultório a todo momento. Por mais que sejam mais raros, casos com respiração de Cheyne-Stokes também aparecem.

Por isso, é fundamental que o cirurgião-dentista saiba quais as necessidades e cuidados necessários para atender pacientes com o quadro de respiração de Cheyne-Stokes.

A respiração de Cheyne-Stokes é então nada mais do que um desequilíbrio e/ou irregularidade na respiração do paciente. Ela ocorre de forma periódica, causando desconforto e crises de falta de ar durante um ataque.

O que é a Respiração de Cheyne-Stokes?

Assim como já começamos a explicar sobre o que é respiração de cheyne-stokes, ela consiste basicamente em um tipo de respiração que acontece periodicamente.

Dessa forma, é caracterizada principalmente por picos de respirações irregulares durante o dia. Esses podem então alternar ainda entre crescentes e decrescentes.

O grande problema com essa complicação é que ela é uma síndrome que impacta de uma forma negativa os níveis de oxigênio que estão presentes no sangue, afetando assim a saúde do paciente.

É possível reparar que um quadro desses está se manifestando quando a respiração da pessoa começa a alternar entre movimentos bem leves e lentos e outros muito profundos e rápidos.

Esses episódios são chamados de fases da respiração de Cheyne-Stokes.

No caso dos períodos mais leves, eles são caracterizados como apneia. Isso se deve principalmente ao fato de que fazem com que o corpo emita sinais, acordando a pessoa durante o sono para respirar novamente.

Além disso, esse ciclo pode se repetir muitas e muitas vezes durante a noite. Trazendo, inclusive, sérios problemas ao coração.

Causas da Respiração de Cheyne-Stokes

As causas mais frequentes desse tipo de respiração são:

  • Insuficiência cardíaca
  • Hipertensão intracraniana
  • Os AVCs
  • Traumatismos cranianos e cranioencefálicos.

Essa síndrome costuma ocorre mais comumente em pacientes que já tenham quadros de aterosclerose cerebral e outras lesões cerebrais.

Porém, durante a insuficiência cardíaca, o tempo em que o ar demora pra circular do pulmão ao cérebro, também é um dos potenciais para desencadear esse tipo de respiração.

É preciso atentar-se também aos pacientes com hipertensão, coronariopatia e doença vascular cerebral associada, uma vez que também estão propícios à desenvolvê-la.

Relação da Respiração de cheyne-stokes com apneia

Nós já citamos anteriormente neste artigo que, vários picos dessa respiração costumam ocorrer muito comumente durante a noite enquanto o indivíduo está dormindo.

O que ocorre então é que, a ventilação pulmonar torna-se mais rápida e mais profunda que o normal, fazendo com que a pressão parcial de dióxido de carbono sanguínea diminua, inibindo a ventilação e promovendo apneia.

Dessa forma, é essa então a ligação que a cheyne-stokes tem com a apneia do sono, que nada mais é do que um problema respiratório ao dormir.

É por esse fator que. entre os tratamentos disponíveis para esse problema, podemos contar, por exemplo, com a odontologia do sono, uma vez que o profissional desta especialidade pode facilmente diagnosticá-lo.

Como Tratar a respiração de Cheyne-Stokes?

Além do método envolvendo análises feitas pela área da odontologia do sono, existem também outras formas de tratar essa respiração.

O uso do BiPAP é um deles. Este é um aparelho binível que consegue gerar um fluxo em duas pressões, uma de inalação IPAP, que costuma ser mais elevada, e a de exalação EPAP, mais baixa e que facilita a expiração.

Um dos mais indicados para a Cheyne-Stokes é o BiPAP AutoSV Advanced System One 60 Series, da Philips Respironics.

Este aparelho foi projetado com uso de altas tecnologias, por isso, consegue fornecer então um suporte ventilatório que não seja invasivo no tratamento que têm essas complicações na respiração.

Tratando Pacientes Cardíacos

Se você é um paciente que possui problemas cardíacos e já toma outros medicamentos para tratar essa condição, seu tratamento provavelmente será diferenciado.

Algumas das principais e mais comuns opções de tratamento são:

  • Terapia de oxigênio para ajudá-lo a respirar;
  • Pressão de suporte (conhecida também como binível), que é semelhante à pressão positiva contínua nas vias respiratórias (CPAP) e envolve a administração de ar pressurizado por meio de uma máscara que é utilizada no nariz e/ou a boca. Porém, ao invés de a pressão do ar ser definida a um nível fixo, ela é definida em dois níveis diferentes para facilitar a inspiração e a expiração;
  • Terapia de servoventilação adaptável (ASV). Essa terapia ASV também envolve a administração do ar pressurizado através de uma máscara usa sobre o nariz e/ou a boca. Porém, a pressão que está sendo fornecida é determinada de maneira automática, graças a uma tecnologia incorporada que aprende o seu padrão de respiração.

Muitos estudiosos da patologia chegaram a conclusão de que, a CPAP nos pacientes cardiopatas tem ótimos efeitos. Algumas das principais melhoras são:

  1. Redução do índice de apnéia/hipopnéia centrais
  2. Melhora da saturação da oxi-hemoglobina noturna
  3. Diminuição do tempo de sono e no número de despertares breves
  4. Aumento na porcentagem de sono de ondas lentas

Além disso, todos esses efeitos também podem ser observados durante o dia, reduzindo então a sonolência diurna nos números da escala Epworth e também uma significativa queda da frequência cardíaca.

As sequelas que aparecem devido a essas anormalidades respiratórios também tem uma relação com o miocárdio, envolvendo distúrbios cardiovasculares.

Um bom exemplo é a insuficiência cardíaca congestiva e lesões cerebrovasculares, frequentemente encontradas no ambiente hospitalar.

Por isso, é fundamental que o paciente com respiração cheyne-stokes receba o tratamento adequado.

ACESSO RÁPIDO
    Silmara Alves Rozo Ducatti
    Silmara Alves Rozo Ducatti é cirurgiã-dentista graduada pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) e especialista em Ortodontia pelo Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul (SIOMS). Possui registro no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CRO-SP) nº 121811 e integra a equipe odontológica da RD Design Oral, que fica na Alameda Grajaú, 98 - sala 1207 - Alphaville, Barueri - SP.

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