Dentre as doenças que podem acometer o complexo buco maxilofacial, está a osteomielite esclerosante difusa (OED), uma patologia oral que pode ser assintomática, ou seja, independente de sintomas.
A patologia oral conhecida como osteomielite esclerosante difusa, pode ser caracterizada pela predileção da mandíbula, apresentando maior predisposição de aparecimento em pacientes diabéticos ou em estado de imunossupressão.
A osteomielite esclerosante difusa é uma doença inflamatória crônica que se manifesta pela reação proliferativa – de alto poder de proliferação – do osso a uma infecção de, normalmente, baixa intensidade e longa duração.
Apesar de, consideravelmente, não possuir predileção por sexo, a OED é relata com maior frequência em mulheres adultas negras.
O que é osteomielite?
A osteomielite em si é a infecção óssea que se dá por meio de bactéria, podendo atingir qualquer osso do corpo humano.
A infecção pode ocorre na circulação sanguínea por meio de invasão direta ou de infecção dos tecidos moles adjacentes.
A osteomielite pode ser classificada de cinco formas:
- Osteomielite supurativa: purulenta;
- Osteomielite esclerosante difusa: aumento da densidade do osso;
- esclerose focal: condensação de parte do osso;
- esclerosante de Garré;
- Osteonecrose: apodrecimento do osso.
Do mesmo modo, pode ser classificada como:
- Primária: sem outros focos de infecção;
- Secundária: com outros focos de infecção;
- Aguda: menos de 7 dias;
- Crônica: mais de 7 dias.
Como a osteomielite esclerosante difusa se caracteriza histologicamente?
Histologicamente, ou seja, a partir do estudo e análise dos tecidos, esse tipo de osteomielite caracteriza-se pela esclerose e pelo remodelamento ósseo. Canais haversianos apresentam-se espalhados e há pouco tecido medular.
Se a inflamação se estender para o interior do osso esclerosado poderá haver necrose. Assim, o osso em necrose separa-se do tecido e se torna circundado por um tecido infamatório subagudo, dando-se assim o sequestro ósseo.
Outras características:
- No início da doença geralmente não há imagem radiográfica;
- Às vezes é possível notar a colonização de bactérias;
- Algumas lesões apresentam padrões em mosaico no osso;
- A osteomielite na mandíbula é mais frequente do que em outras partes ósseas do corpo, porém não passa da linha média;
- Pode haver encurtamento das raízes dentárias nas zonas infectadas;
Quais são as causas da osteomielite esclerosante difusa?
Em síntese, entende-se que esse tipo de osteomielite é causada pela infecção bacteriana. No entanto, sua etiologia e sua patogênese, ou seja, sua causa e a forma como os agentes agridem o organismo são pouco entendidas.
Trata-se de uma área da medicina dental que ainda está em evolução. Algumas causas para a doença foram propostas ao longo dos anos, como uma resposta imune alterada para o organismo de baixa virulência. No entanto, as teorias propostas não obtiveram grande aceitação.
De modo geral, pode atingir pacientes com traumas, cáries e com áreas desdentadas.
Podem haver sintomas?
A osteomielite esclerosante difusa é caracterizada por ser assintomática. Porém, nos períodos de agravamento da doença podem ser observados alguns sintomas:
- Dor;
- Inflamação;
- Sensibilidade;
- Febre;
- Graus variados de hiperplasia periosteal gnática;
- Esclerose;
- Radiolucidez;
- Aumento volumétrico.
Fatores de risco da osteomielite esclerosante difusa
Existem alguns fatores de risco para o parecimento desse tipo de osteomielite. É o caso, por exemplo, da diabetes.
A osteomielite esclerosante difusa em paciente diabético pode ser mais comum do que em outros pacientes. Isso porque a esse tipo de paciente apresenta maior predisposição a infecções.
Fatores clínicos podem fazer bactérias patogênicas atingirem tecidos isquêmicos, ou seja, com ausência de suprimento sanguíneo de oxigênio no tecido, bem como traumas e exposições ósseas.
Esses tecidos não possuem células de defesa suficientes para evitar a progressão da doença, fazendo com que a osteomielite seja uma das complicações mais comuns em diabéticos.
Veja outros fatores de risco para a osteomielite esclerosante difusa:
- Tabaco;
- Alcoolismo;
- Anemia;
- Estados de imunossupressão, como infecção por HIV, ou induzidas por medicamentos-bifosfonatos.
Existe tratamento para esse tipo de osteomielite?
Normalmente, a lesão é muito grande para que seja removida de modo cirúrgico. É comum ainda que o paciente sofra exacerbação aguda.
Portanto, o melhor tratamento a osteomielite esclerosante difusa é o conservador, isto é, por meio de antibioticoterapia, especialmente nas piores fases da doença.