A movimentação dentária acontece através do tratamento ortodôntico
A oclusão dentária é o encontro entre a parte superior e a inferior da arcada. Se houver alguma disfunção que a prejudique, é denominado má oclusão. Por isso, uma forma de resolver o problema é através da movimentação dentária.
Os tratamentos de movimentação dentária normalmente ocorrem em jovens, por conta da facilidade de êxito. Mas ela também é importantíssima para pessoas com mais idade, pois visa o conforto estético e funcional. Para esse grupo, a técnica requer maior cuidado, já que o tecido se comporta de maneira diferente.
Movimentação dentária é o ato induzido pelo dentista para tracionar um dente para o local desejado durante um tratamento ortodôntico.
Entendendo a Movimentação Dentária
Para saber como o movimento dentário funciona, é preciso compreender quatro fatores:
- Resistência celular;
- Estímulo;
- Adaptação;
- Agressão tecidual.
Durante a atuação de um agente sobre as células, elas tendem a resistir em decorrência de sua estrutura e pela produção de substâncias que buscam inibir a ação motora.
Isso leva à quebra de hemostasia e aumento da função celular, ocasionando em estresse. E as principais causas de estresse celular são:
- Redução do oxigênio da célula;
- Superestimulação funcional;
- Deformação da estrutura da célula.
No processo inicial de movimentação dentária induzida existem três estágios:
- Constrição gradativa do ligamento do periodonto que dura entre quatro e sete dias;
- Período de hialinização, que dura de quatro dias a dois meses, dependendo da densidade óssea do paciente;
- Período secundário, que ocorre reabsorção óssea para que o dente continue a se mover.
É importante ressaltar que a idiossincrasia dos tecidos periodontais também está inserida no tratamento.
Dessa forma, é fundamental conhecer suas estruturas, principalmente a morfologia radicular e da crista óssea alveolar, para que não haja reabsorção da raiz do dente.
Necessidade de utilizar o aparelho continuamente
O dentista tem de explicar para o paciente que ele deve utilizar o aparelho durante o tempo necessário e sem interrupção.
Somente dessa maneira, o osso alveolar será absorvido pelas células ósseas e, assim, causar o movimento dental para a posição correta. Essa regra é primordial principalmente para quem faz uso do aparelho removível.
Se o dentista recomenda que a pessoa fique o dia inteiro com ele, mas ela fica apenas uma parte, de nada adiantará. Ou se ela o retira por um período, por menor que ele seja, já é o suficiente para não ser efetivo.
Há uma teoria em que os dentistas se apegam que denomina-se “Teoria das 10 Horas”. De acordo com ela, existe um tempo mínimo para impulsionar a reabsorção óssea de 10 horas ininterruptas.
Portanto, quanto mais tempo o paciente passar com o aparelho na boca sem retirá-lo, maior será o movimento dos dentes.
Tipos de aparelhos ortodônticos
Vejamos agora os tipos de aparelhos mais empregados na odontologia:
- Aparelho móvel – é o mais usado pelas pessoas. É a opção menos invasiva que existe. Pode ser colocado para evitar o aparelho fixo ou ao final do tratamento com o fixo. Sua função é movimentar os dentes para a posição certa.
- Aparelho fixo – composto por bandas, fios e braquetes. É encaixado na face vestibular dos dentes. Seu intuito é o mesmo do móvel, mas de um modo mais enérgico.
- Aparelho de contenção – fixado na face lingual dos dentes ântero-inferiores, pois têm mais propensão ao desalinhamento. São colocados ao final do tratamento da ortodontia.
- Aparelho lingual – é bastante semelhante ao aparelho fixo. No entanto, agora, é posicionado na parte interna dos dentes, sem prejudicar a estética.
- Expansor palatino – aumenta o espaço do palato para obter o alinhamento da arcada. Também expande o arco dental superior.
- Aparelho extrabucal – ele resulta na movimentação dentária e na alteração dos ossos da mandíbula. Como o nome esclarece, seu posicionamento é na parte de fora da boca.