É importante que o dentista saiba lidar com os pacientes que sofrem do Mal de Parkinson, já que é necessário alguns cuidados especiais
Algumas doenças sistêmicas interferem na qualidade de vida das pessoas, não deixando que elas exerçam diversas atividades com estabilidade, como a limpeza bucal. E uma dessas patologias é o Mal de Parkinson.
Infelizmente, o Mal de Parkinson não tem cura. No entanto, algumas ações visam diminuir as complicações dos pacientes, como o uso de medicamentos específicos e a prática de exercícios ou terapias físicas.
Mal de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema neurológico. Ela é originada pela degradação dos neurônios dopaminérgicos da substância negra dos gânglios basais cerebrais.
Por isso, parte das células nervosas do cérebro não conseguem enviar mensagens corretamente, o que acarreta na perda do controle muscular.
Sua etiologia ainda é desconhecida, mas é sabido que ela avança conforme a idade, se manifestando principalmente na faixa etária de 40 a 65 anos.
É importante ressaltar que ao notar sinais da doença, é preciso imediatamente procurar ajuda médica, já que os danos pioram com o tempo.
Sintomas do Mal de Parkinson
Como dissemos, os sintomas do Mal de Parkinson variam de acordo com a gravidade da doença. Veja quais são:
- Tremor;
- Lentidão dos movimentos;
- Rigidez dos músculos;
- Dificuldade de caminhar;
- Instabilidade da postura corporal;
- Deterioração da fala;
- Dificuldade de aprendizagem;
- Diminuição dos movimentos involuntários do corpo;
- Dores musculares;
- Dificuldade de engolir.
Relação do Mal de Parkinson com a odontologia
Existe uma relação entre Mal de Parkison e odontologia que divide-se em dois assuntos: as manifestações bucais e o protocolo de atendimento de pacientes acometidos pela doença.
Manifestações bucais do Mal de Parkison
A doença de Parkinson estimula o aparecimento de manifestações orais. Vejamos quais são:
- Disfagia – a disfagia é caracterizado como um distúrbio que resulta na dificuldade de deglutição, fazendo com que o alimento aparente estar preso na garganta ou na boca.
- Sialorreia – sialorreia é a denominação técnica de hipersalivação, ou seja, a salivação em excesso da pessoa. E isso pode estar ligado a alguns fatores: medicamentos, estágio da doença, dificuldade de mastigar e tônus muscular.
- Xerostomia – a xerostomia é o inverso da sialorreia. Ela é definida pela sensação de boca seca. Isso estimula o aparecimento de outros problemas, como a cárie e doenças periodontais.
- Síndrome da boca ardente – a síndrome da boca ardente provoca uma sensação de queimação e ardência na mucosa bucal. Ela está associada à boca seca, ao uso de alguns medicamentos, como o Levodopa, e à deficiência de minerais, de vitaminas e de hormônios.
- Cárie dentária – os pacientes que sofrem de Parkinson não conseguem realizar uma boa higienização bucal. Por isso, facilmente há o desenvolvimento de cáries. Além disso, a xerostomia é um agravante, pois a saliva é responsável pela proteção da boca.
- Doença periodontal a falta de escovação e do uso de fio dental leva ao acúmulo de placa bacteriana, que inflama as gengivas. O primeiro estágio da inflamação é a gengivite, que causa inchaço, sangramento, dor e sensibilidade no tecido gengival. Se não for tratada, ela evolui para a periodontite. Assim, os tecidos de suporte ao redor do dente ficam comprometidos, principalmente os ossos e os ligamentos periodontais.
Protocolo de atendimento de pacientes com Mal de Parkison
O dentista deve tomar alguns cuidados especiais com os portadores da doença.
- Acessibilidade do consultório – é importante que o consultório tenha acessibilidade para que a pessoa consiga transitar sem dificuldade. Ter uma cadeira de rodas também pode ser bastante proveito.
- Estabilização protetora – o dentista precisa se atentar em manter a boca do paciente estabilizada durante os procedimentos odontológicos. Dentro desse tópico, é possível utilizar as técnicas de sedação consciente, que mantém a pessoa relaxada.
- Orientar o responsável – como vimos, a progressão da doença deixa a pessoa cada vez mais com seus movimentos prejudicados. Dessa forma, é fundamental que o profissional oriente o responsável para que ele efetue a limpeza adequada da cavidade bucal, reduzindo os riscos do surgimento de doenças.
- Cuidados com o emocional – o dentista precisa tomar cuidado com o emocional do paciente com Mal de Parkinson. Portanto, é primordial ter sensibilidade e explicar minuciosamente cada processo do tratamento, mantendo o profissionalismo, a cordialidade, o respeito e a confiança.