DENTISTAS

Anomalias de forma: o que são e como se comportam?

Anomalias de forma: o que são e como se comportam?

Consideradas como alterações na odontogênese, podem ser causadas por diferentes fatores

É muito comum ouvirmos falar dos distúrbios no desenvolvimento das estruturas dentárias. As anomalias de forma estão nessa classificação.

Dessa forma, as anomalias de forma no desenvolvimento das estruturas dentárias podem ter origem hereditária, congênita ou adquirida ao longo da vida com o passar do tempo.

As anomalias de forma são distúrbios no desenvolvimento ou crescimento das estruturas dentárias, tendo como resultado final, um dente diferente do normal.

Essas alterações podem estar relacionadas com a forma, tamanho, número, posição, constituição ou ainda com a função dos dentes.

Classificando as anomalias de forma

É importante explicarmos que todas essas anomalias dentárias de forma podem ser classificadas de diferentes maneiras. Entre essas classificações temos:

  • Relacionada às Fases do Desenvolvimento Odontogênico: iniciação, morfodiferenciação, aposição, mineralização e irrompimento;
  • Relacionada à Origem dos Tecidos afetados (folhetos embrionários): ectoderma, mesoderma ou ectomesênquima;
  • Relacionada à Morfologia Terminal: alteração de forma, número ou posição;
  • Relacionada ao Aumento, diminuição ou alteração de posição dos dentes ou dos tecidos que o compõe: Hiperplasiantes, Hipoplasiantes e Heterotópicas.

Quais as principais anomalias de forma?

Na odontologia, existem diversos tipos de anomalias dentárias que podem ocorrer com os pacientes de acordo com seu histórico. Entre as principais podemos citar:

Dentes Supranuméricos

Envolve qualquer dente que exceda o número normal nas dentições decíduas ou também nas permanentes.

Dessa forma, o diagnóstico precoce e o tratamento de pacientes com essa patologia são importantes para prevenir e minimizar complicações.

Ele pode ser feito através dos exames clínicos e radiográficos. Para o planejamento da remoção cirúrgica, são necessárias localizações radiográficas com técnicas específicas para cada região dos processos alveolares.

Fusão Dentária

É o resultado da união embriológica de dois germes dentários em desenvolvimento. Clinicamente falando, pode ainda ser confundida com geminação ou macrodontia.

O tratamento depende do grau de fusão e do aspecto morfológico, sendo necessário a correção da estética e o equilíbrio da oclusão.

Assim, pode envolver ou não a redução do tamanho por desgaste seletivo, tratamento ortodôntico, cosmética com resina composta ou outros procedimentos

Concrescência Dentária

Caracteriza-se pela união de dois dentes completamente formados unidos ao longo das superfícies radiculares pelo cemento antes ou após o irrompimento.

Os pacientes com concrescência geralmente não precisam de tratamento, exceto quando a união interfe no irrompimento normal dos dentes.

Caso haja a necessidade de extração de um do dentes envolvidos por outros motivos, o planejamento cirúrgico é dificultado, podendo levar a extração acidental do outro dente.

Dente Invaginado

É uma profunda invaginação na superfície da coroa ou raiz que é limitada pelo esmalte antes da sua calcificação. Ele pode ainda estar associado a outras alterações tais como:

  • Taurodontia;
  • Microdontia;
  • Geminação;
  • Dente supranumerário;
  • Dentinogênese imperfeita.

Para o tratamento, nos casos de invaginação Tipo I (pequenas dimensões) é necessário apenas técnicas restauradoras ou selamento da cavidade.

Nos Tipos II e III é indicado tratamento endodôntico, uma vez que na maioria dos casos os dentes apresentam sua polpa necrosada.

Cúspide em Garra

É relativamente rara e se apresenta como uma estrutura secundária em forma de cúspide.

Ocorre geralmente na superfície lingual ou palatal dos dentes anteriores da maxila ou mandíbula em ambas as dentaduras, decídua e permanente.

Quando esta anomalia compromete a oclusão, criterioso exame clínico/radiográfico deverá ser realizado para que se estabeleça o plano de tratamento.

Esmalte Ectópico

Também conhecido por pérolas de esmalte e extensões cervicais de esmalte, são depósitos ectópicos de esmalte observados nas raízes dos elementos dentários.

O tratamento inclui a ameloplastia seguida por reposição de retalho mucoperiosteal, estabelecendo então uma nova inserção conjuntiva e saúde periodontal, caso seja possível a manutenção do dente prejudicado.

Taurodontismo

Esta anomalia caracteriza-se pelo aumento do corpo da câmara pulpar em um dente multirradicular, assemelhando-se a dentes de touro.

Só há a necessidade de tratamento endodôntico quando a forma da câmara pulpar aumentada dificulta a localização, instrumentação e obturação dos canais radiculares.

Hipercementose

Basicamente, essa anomalia se caracteriza por ser um depósito excessivo de cemento sobre a raiz dentária.

Não é um problema que precise de tratamento, porem, geralmente traz dificuldades na hora de extrair um dente ou movimentá-lo ortodonticamente, pois as raízes ficam muito volumosas.

Dilaceração

É uma curvatura no longo eixo do dente, sendo mais comum na raiz. Quando encontra algum obstáculo, esta trajetória pode ser modificada, causando uma alteração de forma e mudando a posição da parte do dente já formada.

Não precisa de tratamento e não possui importância clínica. Porém, assim como outras anomalias de forma, se houver a necessidade de extração ou tratamento endodôntico, torna os procedimentos mais complexos.

ACESSO RÁPIDO
    Ramiro Murad
    Ramiro Murad Saad Neto, cirurgião-dentista com registro no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CRO-SP) nº 118151, é graduado pela UNIC e residente em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial Facial no Sindicato dos Odontologistas de São Paulo (SOESP - SP). Possui habilitação em Harmonização Orofacial e também é gestor de clínicas e franquias odontológicas. Além disso, é integrante da equipe Bucomaxilofacial da Clínica da Villa, que está na Rua Eça de Queiroz, 467 - Vila Mariana, São Paulo - SP.

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