Partículas de carbono são exploradas na área odontológica
Conforme a ciência evolui, novas descobertas criam novas perspectivas de tratamentos odontológicos. Recentemente, a comunidade científica descobriu que os nanodiamantes podem ser aliados no tratamento de canais radiculares e eficientes contra a osteonecrose.
A expectativa é que os nanodiamantes poderão ajudar os cientistas, os médicos e os dentistas a superar os desafios de várias áreas dos cuidados de saúde, como a cicatrização da lesão na saúde oral. Mas você sabe o que são os nanodiamantes?
Nanodiamantes são pequenas partículas de carbono, com um tamanho de cerca de cinco nanômetros de diâmetro, impossíveis de se ver a olho nu. Essas partículas são cobertas de facetas, similar a uma bola de futebol.
Quais benefícios os nanodiamantes podem trazer para a odontologia?
Os nanodiamantes são partículas formadas como subprodutos da refinação e mineração de diamante. A implementação da nanotecnologia na área da saúde vem sendo amplamente explorada em diversos tratamentos, como na medicina regenerativa, no tratamento do câncer e na odontologia.
O estudo responsável pela investigação com nanodiamantes foi conduzido pela UCLA School of Dentistry e mostrou alguns benefícios dessas partículas na área odontológica, como:
- Tratamento de canal;
- Regeneração óssea.
Nanodiamantes no tratamento de canal
Um dos materiais mais comuns usados no tratamento de canal é a guta percha. Sua função é proteger o canal desinfectado das bactérias que causam infiltração e infecção nos dentes.
A guta percha é um material maleável e biocompatível, sendo o tratamento padrão na endodontia. Contudo, durante o tratamento ela pode partir-se ou criar bolsas de espaço, dando uma brecha para a infecção bacteriana.
O estudo, que recebeu o nome de “Compósitos de Biomateriais de Nanodiamante e Guta Percha para tratamento do Canal Radicular”, sugere que o nanodiamante aprimorado com guta percha pode apresentar mais vantagens se comparada à guta-percha convencional.
A combinação dos dois materiais mostrou-se mais resistente ao encolhimento e à rutura. Além disso, a adição de amoxicilina pode impedir o crescimento bacteriano na região.
Os estudos prosseguirão pelos próximos anos, a fim de otimizar a formulação do material de nanodiamante e de inciar os ensaios clínicos.
Nanodiamantes na regeneração óssea
Essas micropartículas também foram eficazes na promoção do crescimento ósseo e na durabilidade dos implantes dentários em pacientes acometidos pela osteonecrose.
A osteonecrose causa a morte de células ósseas devido o interrompimento de seu suprimento de sangue. Quando o local atingido está perto de uma articulação, é possível que os movimentos sejam restringidos ou até mesmo impedidos.
Essa é uma condição que pode afetar o maxilar e a mandíbula, reduzindo a qualidade de vida do paciente e impedindo-o de efetuar tarefas simples, como comer ou falar.
Quando a perda óssea fica perto dos implantes dentários, a condição pode levar à falha do implante. O tratamento convencional nesse caso é feito de forma cirúrgica invasiva, por meio da inserção de uma esponja que administra proteínas no local, promovendo a regeneração do osso.
Assim, o estudo, que recebeu o nome de “A Liberação de Multi-proteína por Nanodiamantes Promove Formação Óssea”, relatou que os nanodiamantes podem ser mais eficientes na liberação dessas proteínas, além de ser um procedimento muito menos invasivo que o convencional, já que serão inseridos por injeção ou enxaguante bucal.
O estudo também demostrou que os nanodiamantes atuam por um período maior no tratamento da osteonecrose, pois suas proteínas são liberadas de forma mais lenta.