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Displasia fibrosa monostótica pode prejudicar a mandíbula

Displasia fibrosa monostótica pode prejudicar a mandíbula

Displasia fibrosa monostótica geralmente acomete um único osso por vez

Você por acaso já ouviu falar sobre displasia fibrosa monostótica? A doença já é conhecida desde meados do século dezenove, mas não é tão comum assim no nosso dia a dia.

Essa patologia costuma se apresentar na infância. Geralmente, a displasia fibrosa monostótica aparece entre os 2 ou 3 anos de idade, se desenvolvendo até a adolescência.

Displasia fibrosa monostótica é uma condição benigna, que se caracteriza pela substituição do tecido ósseo por um tecido fibroso, principalmente na região do crânio e da face.

A doença, também conhecida como displasia fibrosa craniofacial, possui predileção pelo sexo feminino. Entretanto, ela também afeta bastante o sexo masculino.

Ela recebe o nome de monostótica uma vez que afeta um único osso por vez, não acometendo regiões adjacentes.

Causas de Displasia Fibrosa

Ainda existem muitas divergências quanto à natureza da displasia fibrosa. Porém, alguns estudiosos acreditam que ela possua uma ligação com a herança genética.

Eles acreditam que a displasia é uma condição esporádica, e que ela resulta de uma mutação pós-zigótica no gene gnas1.

Características da Displasia Fibrosa Monostótica

A displasia fibrosa monostótica apresenta crescimento bastante lento, tanto que o paciente muitas vezes não consegue lembrar quando a lesão foi inicialmente percebida.

O primeiro sinal clínico é o aumento de volume ou abaulamento dos maxilares, o que pode levar a assimetria facial. Essa expansão óssea geralmente é coberta por mucosa íntegra de coloração normal.

Dificilmente o periósteo é rompido ou danificado, sendo rara a presença de ulcerações. Exceto quando o aumento de volume interfere na oclusão por trauma ocorrido durante a mastigação.

Do ponto de vista radiográfico, a displasia fibrosa monostótica dos maxilares é extremamente variável podendo apresentar-se radio lúcida, uni ou multilocular.

Ainda existe a possibilidade dela se apresentar com radiopacidade de pouca definição. Com aspecto clássico de “vidro despolido “, como é conhecido pelos estudiosos da área.

Além disso, o aumento desgovernado do volume maxilar pode causar apinhamento dentário e graves problemas na articulação temporomandibular.

Em casos extremamente incomuns, a lesão pode passar por um processo evolutivo. Se transformando em um tumor maligno conhecido, como fibrossarcoma, osteossarcoma e condrossarcoma.

Assim, é possível dizer que o seu potencial de malignização é bem baixo, ocorrendo muito raramente.

Tratamento para Displasia Fibrosa Monostótica

Antes de tudo, é importante dizer que a anomalia sofre uma pausa de seu aumento e, até mesmo, uma diminuição após o início da puberdade.

Dessa forma, nas lesões pequenas, é necessária apenas uma biópsia de confirmação. Depois disso, o paciente terá um acompanhamento médico periódico.

Já quando a lesão é mais agressiva e um pouco maior, causando estragos na estética facial, o recomendado é a realização de uma intervenção cirúrgica.

Na maioria dos casos, após a estabilização do crescimento da lesão, o profissional pode realizar uma plastica óssea na região afetada.

Entretanto, vale lembrar que o procedimento deve ser evitado sempre que possível.

Caso a deformidade facial seja muito notável e incômoda, mesmo após a plastica óssea, o paciente pode efetuar uma cirurgia remodeladora.

Entretanto esta só é indicada após a autolimitação da displasia fibrosa monostótica. Isso geralmente ocorre entre os 25 e 30 anos do paciente.

ACESSO RÁPIDO
    Ramiro Murad
    Ramiro Murad Saad Neto, cirurgião-dentista com registro no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CRO-SP) nº 118151, é graduado pela UNIC e residente em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial Facial no Sindicato dos Odontologistas de São Paulo (SOESP - SP). Possui habilitação em Harmonização Orofacial e também é gestor de clínicas e franquias odontológicas. Além disso, é integrante da equipe Bucomaxilofacial da Clínica da Villa, que está na Rua Eça de Queiroz, 467 - Vila Mariana, São Paulo - SP.

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