Descubra métodos e estratégias para a realização do atendimento odontológico em pacientes autistas
A síndrome do autismo foi detectada pela primeira vez em 1943 por Leo Kanner, um conceituado psiquiatra infantil da época.
Essa síndrome costuma se manifestar em crianças até o terceiro ano de vida. Também é válido mencionar que os meninos sofrem mais de autismo que as meninas.
O autismo ou síndrome do autismo é um transtorno de desenvolvimento bastante grave, que prejudica a capacidade de interação e comunicação dos pacientes.
Mas a grande dúvida é: em que momento o autismo e a saúde bucal se relacionam? Bom, para entender melhor essa questão, primeiramente é necessário compreendermos um pouco mais sobre o universo do autismo.
Um pouco mais sobre o autismo
Atualmente a anomalia é tratada como uma falta de adaptação no desenvolvimento que se manifesta de uma maneira grave, durante toda a vida, uma definição acatada pelos estudiosos desde o século dezenove.
Com já foi citado, a síndrome desenvolve suas primeiras manifestações principalmente em crianças até os 3 anos de idade, e tem preferência pelo sexo masculino.
Foi estipulada uma média. Assim, existem 4 meninos para cada menina autista. Apesar disso, mesmo tendo uma menor incidência, essa doença costuma ser muito mais grave quando afeta o sexo feminino.
A principal característica ou sintoma dessa doença é dificultar com que o seu portador se relacione com o mundo ao seu redor.
A criança autista evita realizar o contato visual, raramente se comunica através da fala e cria certa aversão a contatos físicos como apertos de mão ou abraços.
É como se ela criasse o seu próprio universo, se isolando das demais pessoas.
Os motivos para o desenvolvimento do autismo são bastante diversos. Ele pode surgir de maneira isolada, associando-se à alguma patologia pré-natal ou até mesmo a condições hereditárias genéticas.
Relação do autismo com a odontologia
Devido a tudo que já foi mencionado, a ação do dentista ao tratar pacientes com autismo acaba ficando bastante limitada. Isso porque muitas ações do profissional podem ser consideradas invasivas para os pacientes com autismo.
Por isso, pode ser necessário que o paciente receba anestesia geral e o procedimento odontológico seja realizado em um ambiente hospitalar especial.
A aversão ao tratamento dentário pode ser menor quando a criança se acostuma com o ambiente odontológico desde pequeno, porém não é isso que observamos na maioria dos casos.
Como a criança portadora de autismo apresenta diversas outras dificuldades, que demandam bastante atenção e cuidados dos pais, o tratamento odontológico muitas vezes é deixado de lado.
Assim, criança só faz sua primeira visita ao cirurgião dentista quando sente algum incômodo bucal, como por exemplo uma dor de dente.
Nesses casos, o problema dentário é mais grave e exige um tratamento mais intensivo e, que conseqüentemente se torna muito mais invasivo para o autista.
Por isso, o ideal é tentar acostumar os pequenos ao ambiente do consultório odontológico desde pequenos, para futuramente não enfrentar problemas maiores.
O tratamento precisa ser diferenciado
Apesar de ser mais complicado, o tratamento odontológico de pacientes portadores de autismo pode ser feito por qualquer profissional.
O importante estar disposto à buscar informações e adaptar o tratamento para esses pacientes. Por isso, existem alguns cuidados que o dentista deve tomar, como:
- Evitar ao máximo contatos físicos desnecessários e até mesmo certos sons que podem incomodar o paciente;
- Manter o paciente calmo. Isso é fundamental, por isso o ideal é que a consulta seja realizada em um ambiente bastante tranquilo;
- É importante que o paciente seja atendido sempre pelo mesmo profissional e no mesmo consultório, pois eles costumam criar uma identificação com as pessoas e os locais.
É ideal que os pais de pacientes com autismo sejam aconselhados sobre a importância do acompanhamento odontológico. Afinal, a saúde bucal fora das condições adequadas pode comprometer outros tratamentos.