Ainda que incomum, é importante que os cirurgiões-dentistas conheçam o ameloblastoma periférico
São muitos processos cirúrgicos realizados em uma clínica odontológica. O ameloblastoma periférico é uma lesão que pode ser ocasionada a partir desses procedimentos.
Dessa forma, nunca se sabe quando um paciente apresentará um problema desses. Por isso, é fundamental que o dentista saiba identificar um ameloblastoma periférico.
O ameloblastoma periférico é um tumor odontogênico raro que se localiza na cavidade bucal. Além disso, ocorre em cerca de apenas 1% dos ameloblastomas.
Esse tumor tem como origem os restos epiteliais odontogênicos abaixo da mucosa oral, ou de células epiteliais da camada basal do epitélio da mucosa.
O Que é o Ameloblastoma?
O ameloblastoma é um tumor considerado benigno na maioria dos casos, e que costuma ser encontrado nos ossos gnáticos, com uma origem dos remanescentes da lâmina dentária.
Com relação a seu comportamento clínico, ele é um tumor que apresenta um crescimento lento e, normalmente, é assintomático. Ele pode ainda provocar:
- Deslocamento
- Mobilidade
- Reabsorção dentária
- Parestesia
Quando identificado por meio de um exame radiográfico, possui diversos padrões, principalmente a variante multicística.
Por ser considerado um tumor agressivo, ele tem um alto percentual de recidiva. Além disso, seu prognóstico depende ainda de vários fatores, podendo envolver aspectos clínicos, radiográficos e histopatológicos.
Todos definem o seu comportamento biológico e também auxiliam no momento do diagnóstico.
Como é Feito o Diagnóstico do Ameloblastoma Periférico?
Normalmente, por serem assintomáticos, como já citamos anteriormente, são descobertos a partir dos exames radiográficos de rotina.
Nessas radiografias, a variante multicística se caracteriza por ter um aspecto radiolúcido multilocular, ou seja, que se pareça com bolhas de sabão ou favos de mel.
Elas tem bordas irregulares, e podem ou não ter algum tipo de relação com um dente que esteja incluso.
Existem diversos métodos de tratamento para essa patologia. Eles podem envolver desde a enucleação e curetagem, até ressecções mais agressivas, que apresentem ou não uma perda da continuidade óssea.
Tratamento de Ameloblastoma Periférico
O tratamento cirúrgico de ameloblastoma depende do tipo histológico e localização da lesão, podendo ainda variar desde enucleação, curetagem, marsupialização, crioterapia.
Ou uma combinação das técnicas de ressecção (marginal ou segmentar).
Quem realiza esse procedimento é o cirurgião que cuida do bucomaxilofacial. Muitos desses profissionais acreditam que, por ser um tumor benigno, a forma mais adequada para tratá-lo é a enucleação seguida de uma curetagem.
Porém, exatamente por ser benigno, ele tem um comportamento agressivo. Então, pode ocorrer uma recorrência local, transformação maligna e até mesmo metástase à distância.
Dessa forma, a melhor opção para lidar com esse tipo de lesão é um tratamento mais radical. Ou seja, uma ressecção com uma boa margem de segurança. É muito comum que ocorra ainda um ameloblastoma em mandíbula.
Principais Diferenças Entre os Ameloblastomas
São muitas as diferenças clínicas e de imagens entre os ameloblastomas. Essas são constituídas totalmente pelo padrão desmoplásico e lesões sólidas.
Os padrões histológicos também são determinantes quando falamos dessa diferença. Dessa forma, são três os tipos dessa lesão que podem ser encontrados:
- Multicístico, também chamado de ameloblastoma comum ou sólido;
- Unicístico, que pode ser de três tipos: o ameloblastoma luminal, ameloblastoma intraluminal e ameloblastoma mural;
- Periférico, o mais incomum de todos eles.
Com relação à sua localização, 80% desses tumores, incluindo o ameloblastoma periférico, estão situados na área posterior a mandíbula e estão frequentemente associados aos dentes inclusos.