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Instrumentação do canal radicular e a Técnica Crown Down

Instrumentação do canal radicular e a Técnica Crown Down

Sabe-se que um dos conceitos mais básicos de uma cirurgia é a limpeza da área, ou seja, a remoção de detritos e de restos de tecidos. Na endodontia, isso não é diferente. Desse modo, o uso da Técnica Crown Down é uma necessidade na instrumentação do canal radicular.

A Técnica Crown Down pode ser considerada uma das melhores técnicas de limpeza do canal radicular, mostrando-se superior à Técnica Step Back, à Convencional e à Ultra-Sônica, por exemplo.

Em síntese, a Técnica Crown Down, também conhecida como Técnica de Oregon, é um método de instrumentação dos canais radiculares, ou seja, por meio do uso de instrumentos, propõe a remoção de detritos, além de esculpir e alisar as paredes do canal radicular.

O que é a instrumentação do canal radicular?

Para a eficácia de qualquer tratamento endodôntico, necessita-se antes do preparo do sistema de canais radiculares, ou seja, sua limpeza e modelagem. Dessa forma, a instrumentação dos canais radiculares possui o objetivo de:

  1. Remover infeções ou poupa dentária inflamada;
  2. Estabelecer um espaço para a obturação.

O preparo do canais radicular é um processo simultâneo entre o uso de instrumentos específicos desse processo e a utilização de soluções químicas que atuam no canal.

Essas soluções químicas agem durante o preparo do canal radicular na desinfecção de microrganismos e de matérias orgânicas e inorgânicas.

Deste modo, a limpeza é conseguida no processo mecânico dos instrumentos e a ação dessa solução química irrigante, que tem um movimento de fluxo e refluxo. Assim, esse movimento consegue “arrastar” os detritos para fora do sistema de canais radiculares.

No procedimento de preparo é possível ainda ter acesso à cavidade pulpar, de modo que alisa e alarga suas paredes por meios de instrumentos específicos, removendo tecidos alterados do seu interior. Por fim, dá espaço e condições da obturação ser feita.

Com o objetivo de alcançar a instrumentação ideal, há inúmeras técnicas desenvolvidas para o procedimento, como a Técnica de Crown Down.

Como funciona a Técnica Crown Down?

O uso da Técnica de Crown Down pode ser dividido nas seguintes etapas:

Acesso Coronário

Consiste na abertura e preparação da câmara pulpar seguindo as observâncias dos princípios da cirurgia de acesso endodôntico.

Os orifícios de entrada dos canais radiculares devem ser visíveis e terem uma farta irrigação da área, promovendo sua limpeza.

Acesso Radicular

Nessa etapa temos a utilização de soluções irrigantes halogenadas e uso de instrumentos, de limas ou de alargadores.

Por meio de radiografia, o profissional verifica o comprimento do dente, medida que recebe o nome de Comprimento Provisório do Trabalho (CPT) e serve para orientação do mesmo.

Em seguida, há o preparo do orifício de entrada dos canais radiculares. O orifício é dilatado e, próximo a ele, é colocado uma lima ou um alargador.

O profissional deve realizar o movimento de rotação do instrumento, de acordo com as especificações de cada um, e retirá-lo, mantendo a área muito bem irrigada sempre.

O movimento deve ser repetido quantas vezes for necessário, trocando o diâmetro do instrumento para um inferior a cada ação do mesmo, ou seja, em ordem decrescente até que o instrumento atinja o CTP.

Vantagens e desvantagens da Técnica Crown Down

A utilização dessa técnica possui vantagens e desvantagens com relação a outras técnicas. Confira algumas delas:

Vantagens

  • Não há pressão apical;
  • Ajusta melhor do diâmetro do instrumento;
  • Melhora a captura de detritos;

Desvantagens

  • Maior número de instrumentos para sua realização;

Portanto, vale ressaltar que, para o emprego e eficácia da Técnica de Crown Down, o especialista deve estar atentos às especificações e aos princípios endodônticos básicos, escolhendo corretamente os materiais utilizados no procedimento.

ACESSO RÁPIDO
    Ramiro Murad
    Ramiro Murad Saad Neto, cirurgião-dentista com registro no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CRO-SP) nº 118151, é graduado pela UNIC e residente em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial Facial no Sindicato dos Odontologistas de São Paulo (SOESP - SP). Possui habilitação em Harmonização Orofacial e também é gestor de clínicas e franquias odontológicas. Além disso, é integrante da equipe Bucomaxilofacial da Clínica da Villa, que está na Rua Eça de Queiroz, 467 - Vila Mariana, São Paulo - SP.

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