Funcionando como uma alternativa, atua em observar comportamentos humanos por meio dos dentes
Desde seu surgimento, a antropologia dental gira em torno de meios da morfologia hereditária, da odontologia e da antropologia física.
A antropologia dental se dedica ao estudo do comportamento social humano e psicológicos associados aos rastros e sinais que este deixa nos dentes.
Antropologia dental pode então ser definida como uma especialidade que lida com o conhecimento dos aspectos sociais de diferentes grupos humanos, analisando a variação morfológica presente na dentição humana.
Principais características da antropologia dental
Para os antropólogos que estudam o passado, a antropologia dental envolve alternativas de pesquisas que facilitam a exploração e o conhecimento de alguns elementos biológicos ligados aos processos microevolutivos e históricos.
Desse modo, existe certa divergência sobre sua independência. Pesquisadores não consideram a antropologia dos dentes uma especialidade independente. Para eles, é apenas um interesse conjunto de antropólogos.
No entanto, a grande maioria considera essa vertente uma especialidade que permite resolver problemas históricos e culturais de uma nação.
Importância da Antropologia Dental
Embora a antropologia dental apresente diversas razões pela qual deve ser estudada, sua principal função é obter informações biológicas e socioculturais sobre o perfil de indivíduos e sociedades. Tais como:
- Idade da morte;
- Sexo;
- Ancestralidade;
- Possíveis dietas e modo como ocorre a preparação dos alimentos;
- Estado de saúde e também higiene bucal;
- Doenças;
- Picos de estresse durante o crescimento;
- Traumas;
- Anomalias;
- Uso dos dentes como ferramentas;
- Outras práticas culturais.
Tópicos da Antropologia Dental
Existem vários tópicos que estudam o comportamento social desses grupos:
- Morfologia hereditária: assim como a análise molecular, tem função de determinar relações biológicas e dar uma estimativa da similaridade genética entre grupos e pessoas. Desse modo, auxilia na solução do problema das relações genéticas associadas a processos históricos e étnicos do passado.
- Odontometria: baseia-se no uso de dados correspondentes às dimensões dentárias. Assim, é amplamente utilizada em estudos evolutivos e comparativos. Os dados métricos dos dentes também são uma boa fonte de informações. Determina distâncias e relações entre populações próximas geograficamente e temporalmente;
- Patologia: é uma importante fonte de informação para estabelecer condições de saúde bucal e interrupções no crescimento normal dos dentes em estágios iniciais. Portanto, ajuda a obter informações sobre a marginalização dos grupos. Como exemplo temos a cárie. Uma doença que é um indicador da evolução cultural na produção de alimentos e da condição econômica da população.
- Desenvolvimento e crescimento: tem sido amplamente pesquisado por dentistas para estabelecer diferenças sexuais e geracionais no crescimento e desenvolvimento normal dos dentes. Além disso, sua observação tende a estabelecer técnicas e determinação da idade biológica da morte do indivíduo;
- Análise fitolítica: juntamente com paleopatologias e morfologia, constitui assim uma das fontes de informação mais diretas e precisas. A identificação de sílica no cálculo dentário identifica as famílias de plantas que foram usadas para ritual nutricional ou para a higiene pessoal;
- Tratamentos Culturais: mutilação de dentes, sua modificação intencional ou tratamento para fins culturais é um dos tópicos menos explorados na antropologia dentária. Essas informações são então relevantes apenas para estabelecer relações entre modificações corporais e representações culturais como beleza, importância entre o grupo, moda, elites, status, afiliação étnica ou poder.
Deu para entender poque a antropologia dental é um importante passo para os estudos odontológicos associados às culturas, certo?