Os principais cuidados exigem higiene e uso de equipamentos de proteção individual
Doenças sempre assolaram a humanidade, mas, poucas vezes, o mundo enfrentou uma pandemia. E as que enfrentou deixaram muitas lições. Cenários como esse, por exemplo, levam a população mundial a rever conceitos extremamente importantes, como a biossegurança.
Para os profissionais da saúde, sejam médicos ou cirurgiões-dentistas, a biossegurança é parte fundamental da rotina. Em tempos de pandemia, contudo, os cuidados devem ser ainda maiores.
Considera-se pandemia toda propagação de doença infecciosa em grande escala, não ocorrendo apenas em uma determinada localidade, mas espalhando-se entre países e em mais de um continente, com transmissão sustentada entre pessoas.
Qual a diferença entre surto, epidemia, pandemia e endemia?
Conforme há mudança na escala de uma doença infectocontagiosa, as autoridades de saúde classificam o quadro de contágio com um status, que pode ser:
- Surto;
- Epidemia;
- Pandemia;
- Endemia.
Você sabe a diferença entre eles?
Surto
O surto é um aumento inesperado da quantidade de casos de uma determinada doença em uma localidade específica, como um bairro ou uma cidade. Grandes exemplos de surtos são os casos de sarampo e de dengue
Epidemia
A epidemia é o que pode-se considerar um estágio acima do surto. Trata-se do aumento significativo do número de casos do surto, abrangendo várias regiões.
É possível que uma epidemia atinja diversas cidades ou um raio ainda maior, como um país inteiro.
Um exemplo de epidemia é o ebola, que atingiu diversos países da África.
Pandemia
Como você já deve imaginar, a pandemia é uma classificação subsequente à epidemia.
Quando as autoridades decretam uma pandemia, significa que a epidemia alcançou níveis mundiais, espelhando-se pelos países de todo o globo.
Normalmente, considera-se pandemia quando ao menos um país de cada continente possui casos confirmados da doença.
Endemia
Por fim, a endemia, diferentemente das demais, não trata da quantidade em si, mas de uma grande frequência. Isto é, quando determinada região é atingida constantemente, e com incidência significativa, por uma doença.
Podemos citar como exemplo os frequentes casos de febre amarela na Amazônia.
As pandemias enfrentadas pelo mundo
A pandemia não é novidade para a humanidade. Devido às proporções e às consequências que deixaram para trás, algumas pandemias vividas, inclusive, entraram para a história. Exemplos são a Cólera, o Tifo e até o HIV/Aids.
Alguns casos, no entanto, estão mais frescos na memória da população.
As mais recentes foram causadas pelo vírus da gripe. Veja:
1918 – Gripe Espanhola
Conhecida como a maior de todas as pandemias, ou ainda, a mãe das pandemias, a Gripe Espanhola infectou mais de 40% da população mundial.
Acredita-se, ainda, que a doença tenha matado entre 50 e 100 milhões de pessoas ao redor do mundo, mais do que a Primeira Guerra Mundial, que ocorria simultaneamente.
Tratava-se de um subtipo do vírus que conhecemos como Influenza A ou H1N1, tendo seus primeiros casos confirmados nos Estados Unidos.
Como não era de interesse dos países divulgar que havia uma doença contagiosa matando seus soldados, as informações sobre a doença não eram tão precisas. Esse fator também influenciou no nome em que ficou conhecido a doença.
A Espanha, que havia se mantido neutra na guerra, relatava mais fortemente os efeitos da pandemia, o que criou a falsa impressão de que o país estava sendo especialmente atingido pela doença, originando, assim, o nome: Gripe Espanhola.
1968 – Gripe de Hong Kong
Conhecida como a terceira pandemia do século XX, com início na China, a OMS estima que a Gripe de Hong Kong tenha matado cerca de 1 milhão de pessoas.
Com alto poder de contágio, infectou cerca de 500.000 pessoas em apenas duas semanas em Hong Kong. Em seguida, alcançou os Estados Unidos que, no período, lutavam a Guerra do Vietnam.
No mesmo ano, alcançou a Europa e, um ano depois, a América do Sul e a África do Sul.
Acredita-se que o vírus tenha sido uma mutação da Gripe Asiática, que atingiu diversos países cerca de 10 anos antes, matando 2 milhões de pessoas.
2009 – Gripe Suína
A Gripe Suína, Gripe A ou H1N1, como é conhecida, atingiu o mundo em 2009, tendo seu primeiro caso registrado no México.
Acredita-se que o vírus veio do porco e de aves a partir de uma mutação, contagiando, assim, o ser humano.
O número de ocorrências alcançou algo entre 700 milhões e 1,4 bilhão e o de mortes, entre 150 e 575 mil, segundo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA.
2019 – Covid-19
A Covid-19, a mais recente pandemia que atingiu o mundo, teve início na China em 2019, na cidade de Wuahan. Ela é causada pelo Sars-CoV-2, que faz parte da família do coronavírus.
Apesar de poder se apresentar como uma infecção branda, com sintomas de gripe comum, o vírus também pode desencadear pneumonia e insuficiência respiratória, levando à morte.
Após se espalhar pela Ásia e alcançar outros países ao redor do mundo, a pandemia foi decretada pela OMS no dia 11 de Março de 2020.
Como os profissionais da saúde devem se comportar em tempos de pandemia?
Como é de se esperar, as pandemias são devastadoras, fazendo inúmeras vítimas. Nesse contexto, existe uma preocupação especial com aqueles que estão na linha de frente no combate às doenças, os profissionais da saúde.
Em tempos de pandemia, os cuidados com a biossegurança devem ser redobrados! Isso inclui:
- Uso do equipamento de proteção individual (EPIs), como máscara, luvas, gorro, avental e óculos de proteção;
- Descarte correto dos equipamentos de proteção;
- Higiene das mão com água e sabão;
- Uso de álcool gel;
- Manter distância.
Embora os médicos e os enfermeiros sejam os profissionais mais envolvidos, os cuidados devem se estender e serem cumpridos com rigor pelos cirurgiões-dentistas. Isso porque esses profissionais estão em frequente contato com a saliva do paciente.
Além dos cuidados com a biossegurança no consultório odontológico, é importante que o dentista atua dentro das medidas adotadas pelas autoridades de saúde.
No pico da pandemia do Covid-19, o atendimento odontológico ficou restrito a casos de emergência, a fim de evitar a disseminação acelerada da doença.
Por fim, cabe ao dentista alertar os pacientes sobre a importância de manter a saúde bucal em dia durante a pandemia, fazendo a higienização e trocando de escova de tempos em tempos.
Todo cuidado é pouco quando trata-se de uma pandemia, e toda ação em prol da saúde coletiva é bem vinda.