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Halitofobia: o medo e obsessão com o mau hálito

Halitofobia: o medo e obsessão com o mau hálito

O medo do mau odor pode prejudicar sua saúde bucal e até mesmo a sua saúde mental

Quando o assunto é mau hálito, a preocupação é geral. No entanto, há um limite entre a preocupação e a obsessão, que tem nome: halitofobia.

Nesse texto, vamos conversar sobre esse transtorno. O que é halitofobia? Como ela é diagnosticada? Como ela afeta o dia a dia das pessoas?

A halitofobia é o nome dado ao transtorno de pessoas obcecadas pelo próprio hálito. Geralmente, o paciente acredita estar sempre com mau hálito e sofrer de halitose. Por conta disso, a pessoa sacrifica sua saúde bucal, tem problemas de autoestima e socialização.

Como surge a halitofobia?

A halitofobia costuma aparecer em pacientes que já tiveram algum problema com a halitose (o famoso mau hálito).

O paciente fica traumatizado por ter sofrido com o problema e não consegue superar o medo, mesmo após o fim do tratamento.

Outro fator são doenças ou distúrbios psicológicos  que causam halitose passageira. Novamente, o paciente não consegue assimilar a resolução do problema e se mantem obcecado pela higiene bucal.

A doença também pode surgir em pessoas que já apresentam obsessão com outros odores ou condições do corpo humano. Há casos, também, onde a halitofobia surge após algum trauma envolvendo o mau hálito.

O que causa a halitofobia?

O medo do mau hálito gera, principalmente, cuidados excessivos com a higiene bucal. Tudo em excesso prejudica o corpo humano, da água aos cuidados paliativos.

Escovar a boca em excesso, usar enxaguantes constantemente ou remédios caseiros podem destruir toda a sua boca.

Além disso, o paciente pode se afastar do convívio social ou apresentar alterações nas suas relações interpessoais por conta do pavor do mau hálito.

Por isso, a halitofobia não se encaixa apenas como uma doença bucal e sim como uma doença bucal e psicológica.

Como tratar a halitofobia?

O dentista deve, em primeiro lugar, se certificar dos hábitos bucais desse paciente. A medida é para evitar qualquer um daqueles cuidados em excesso ou uso de remédios caseiros e milagrosos.

Feita essa avaliação e corte de ações prejudiciais, o profissional deve traçar um plano de passo a passo para combate a doença.

O tratamento pode ser feito em conjunto com um psicologo, por exemplo.

Assim, enquanto o dentista se certifica de manter a saúde bucal e garantir ao paciente a ausência da halitose, o psicologo irá tratar as consequências sociais e pessoais da halitofobia.

Quando devo procurar tratamento?

Se você suspeita que sofre de halitofobia, o ideal é já procurar um dentista de confiança. Apenas um profissional pode te passar esse diagnóstico. No entanto, fique atento a alguns sinais.

Repare se seus hábitos de higiene bucal se tornaram compulsivos.

Por exemplo, você escova seus dentes mais de três vezes ao dia? Você sente medo de falar com pessoas e estar com mau hálito? Você acredita que mesmo após escovar os dentes, o seu hálito continua alterado?

Outro fator que você deve notar e, caso ocorra, procurar um dentista assim que possível é se sua gengiva passar a sangrar durante a escovação ou os dentes doerem.

Além de ser sinal de doenças como gengivite, isso pode indicar um excesso de limpeza ou força exagerada na escovação.

Não deixe de consultar seu dentista semestralmente e compartilhar suas dúvidas e inseguranças. A halitose tem cura, assim como a halitofobia!

ACESSO RÁPIDO
    Ramiro Murad
    Ramiro Murad Saad Neto, cirurgião-dentista com registro no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CRO-SP) nº 118151, é graduado pela UNIC e residente em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial Facial no Sindicato dos Odontologistas de São Paulo (SOESP - SP). Possui habilitação em Harmonização Orofacial e também é gestor de clínicas e franquias odontológicas. Além disso, é integrante da equipe Bucomaxilofacial da Clínica da Villa, que está na Rua Eça de Queiroz, 467 - Vila Mariana, São Paulo - SP.

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