Além de ser caracterizada por deixar uma cicatriz, essa patologia é uma condição pré-cancerígena
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de boca é uma doença que acomete cerca de 15 mil pessoas por ano no Brasil. Inclusive, essa doença pode ser ocasionada pela fibrose submucosa oral.
A fibrose submucosa oral acomete o trato aerodigestivo, região composta pelas estruturas que nos fazem respirar e comer, afetando principalmente a cavidade oral.
Fibrose submucosa oral é uma condição crônica gradativa que, além de causar uma cicatriz local, também é pré-cancerígena. A patologia oferece um grande risco para a mucosa da boca.
Se você deseja entender melhor o que é a doença e o que causa, acompanhe o artigo e fique por dentro do assunto.
Como a fibrose submucosa oral é causada?
O problema pode acometer toda a região do trato aerodigestivo, principalmente a boca e a mucosa oral, que é a membrana formada pelos tecidos epitelial e conjuntivo, revestindo toda a boca.
Ao falarmos sobre a causa dessa condição, é necessário apontar o fumo e o consumo de tabaco, em qualquer maneira que pode ser feito, como os principais agentes.
No entanto, essa condição também pode surgir em pacientes que possuem as seguintes deficiências no organismo:
- Falta de vitaminas, de ferro e de zinco;
- Baixa quantidade de autoanticorpos, que são anticorpos separados para as células e os tecidos do próprio corpo;
- Carência de molécula capsaicina;
Quais as consequências da fibrose submucosa oral?
Como consequência direta da fibrose submucosa temos a formação de uma cicatriz de alto risco na mucosa bucal.
E a principal característica desse fator de risco é justamente a rigidez da mucosa em intensidade variável.
Em outras palavras, a região acaba se tornando mais dura e inflexível, impossibilitando alguns movimentos.
Fora isso, é possível que o paciente sinta os seguintes indícios:
- Palidez na região retromolar e no palato mole;
- Erupções e endurecimento dos tecidos subepiteliais;
- Dificuldade em abrir a boca, chamado de trismo;
- Formação de manchas ou de lesões espessas e brancas, conhecidas como leucoplasia;
- Dor na mucosa ao ingerir alimentos apimentados;
- Formação de vesículas e úlceras no palato duro e na mucosa bucal;
- Sensação de queimação oral, conhecida como estomatopirose;
- Intolerância a alimentos condimentados;
- Diminuição constante da elasticidade da mucosa oral, dos lábios e do assoalho da boca.
Caso a língua esteja envolvida, é possível que ela perca um pouco da mobilidade, diminua de tamanho e fique sem papilas.
Por outro lado, em situações mais graves, o paciente pode desenvolver xerostomia ou até mesmo ter os maxilares imóveis.
Existe algum tratamento para a fibrose submucosa oral?
Num primeiro momento, a indicação é que o paciente abandone o vício do fumo e qualquer contato que possa existir com o tabaco, inclusive o fumo de mascar, saída para algumas pessoas que desejam parar de fumar.
Estudos mostram que a taxa de transformação maligna da fibrose submucosa oral é de 7% a 30%, o que torna necessário realizar algum tratamento para impedir sua evolução.
De tal forma, é preciso monitorar a possibilidade de transformação da doença.
Se evoluir, deve-se cessar sua progressão e aliviar o trismo do paciente.
Dessa forma, é possível que o paciente consiga falar e mastigar sem maiores complicações.
Essas medidas podem ser feitas por meio de medicamentos ou de intervenção cirúrgica, dependendo da gravidade do problema.
Quando é a cirurgia é feita, é retirado o agente etiológico e aplicado corticosteroides.
Após isso, os feixes fibrosos são amputados e o profissional realiza injeções de Interferon-gama dentro da lesão para tratá-la.
Se você é fumante, nossa recomendação é que abandone o vício para evitar a formação da fibrose submucosa oral e de outros problemas que podem se tornar um câncer. Lembre-se: consulte o dentista caso sinta algum dos sintomas!