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Complicações da anestesia local em odontologia

Complicações da anestesia local em odontologia

A anestesia local é um dos recursos mais empregados pelo cirurgião-dentista em procedimentos clínicos e cirúrgico. No entanto, é possível haver complicações da anestesia local em odontologia, ainda que esta se mostre segura devido aos baixos índices de incidência de casos de problemas associados a esse fármaco, se comparado ao seu índice de uso.

A função da anestesia local é o bloqueio temporário da condução nervosa, a fim de promover a insensibilidade em uma determinada região, sem que o paciente tenha que, para isso, perder a consciência. Entretanto, o cirurgião-dentista que aplica esse método não está livre de cometer acidentes, podendo gerar complicações da anestesia local em odontologia. Mas o que isso quer dizer?

As complicações da anestesia local em odontologia estão relacionadas a imprecisão durante a aplicação e técnica, a reações associadas às toxinas do anestésico e a movimentos bruscos vindos, tanto do paciente como do dentista no momento da aplicação. De forma geral, essas complicações podem ser passageiras, no entanto dependendo da gravidade, podem se tornar permanentes.

Acidentes e complicações da anestesia local

Confira, a seguir, quais são as possíveis complicações e os acidentes que podem ser causados por anestesias locais:

  1. Intoxicação por anestésicos locais;
  2. Trauma por agulha;
  3. Paralisia do nervo facial;
  4. Parestesia;
  5. Trauma de mordida;
  6. Trismo;
  7. Infecção;

Intoxicação por anestésicos locais

Os anestésicos locais, assim como outros fármacos, possuem causar toxidades. No entanto, o agente anestésico ideal não deve conter altos níveis de toxidade sistêmica, não deve ser irritante e também não deve causar danos à estrutura nervosa.

Quando isso acontece, o paciente apresenta reações sistêmicas de toxicidade decorrente do uso do anestésico como:

  • Alergias;
  • Cardiotoxicidade;
  • Neurotoxicidade;
  • Hematotoxicidade;
  • Toxicidades mistas.

Porém, não existe nenhum tipo de anestésico que não apresente nenhum tipo de perigo. Podendo ser tóxicos conforme a dose aplicada e o grau de absorção sistêmica.

Trauma por agulha

Esse tipo de trauma é comum em diversos tipos de técnicas anestésicas. Porém, pode ser mais frequente em anestesia por bloqueio regional dos nervos alveolares, lingual e bucal.

Suas principais causas estão relacionadas à movimentação brusca do paciente e do dentista e ao uso de agulhas oxidadas e torcidas.

Esse tipo de trauma pode ser responsável por causar hematomas, por exemplo.

Paralisia do nervo facial

A paralisia do nervo facial decorrente do uso da anestesia local normalmente é transitória. É causada pela introdução do anestésico na capsula da glândula parótida, localizada ao lado da boca e ao lado e abaixo do ouvido.

Quando ocorre, geralmente há perda sensorial mínima ou total, com duração de algumas horas, a depender da formulação do anestésico, da quantidade injetada e da proximidade ao nervo facial.

Parestesia

Essa é uma condição frequente associada à má prática odontológica.

A parestesia é caracterizada pela perda de função sensitiva decorrente da lesão de nervos sensitivos.

Pode ser causada durante procedimentos orais restaurativos e cirúrgicos no geral. A parestesia do osso alveolar, por exemplo, é comumente causada durante extração do terceiro molar.

A parestesia pode implicar num ligeira ou até mesmo completa perda da função sensitiva, sendo causada por hemorragias dentro da bainha neural, por trauma direto por agulha e por neurotoxidade associada à fórmulas de anestésicos.

Pode perdurar por dias, semanas e meses. Seus principais sintomas incluem:

  • Ausência de sensibilidade na região afetada;
  • Sensibilidade alterada ao frio ou calor;
  • Dor;
  • Coceira;
  • Sensação de dormência;
  • Fisgadas;
  • Formigamento.

Trauma de mordida

O trauma de mordida decorrente do uso de anestésicos locais pode ser considerado muito comum e ocorre com mais frequência em crianças.

Por conta da falta de sensibilidade local temporária, mordidas na região da bochecha e da língua podem causar traumas, já que não há controle da força da mordida quando não se há dor.

Trismo

O trismo é uma condição caracterizada pela dificuldade no movimento de abrir a boca.

Apesar da possibilidade de estar associada a diversos outros fatores, independentes da aplicação do anestésico, a anestesia odontológica também pode ser uma de suas causas.

Comumente, ocorre quando há volume excessivo do anestésico depositado em uma determinada área, produzindo restrição dos tecidos e causando o trismo pós-injeção.

O trismo pode ainda ser resultado de infecções e de hematomas também causados pela anestesia local.

Infecção

Essa complicação é considerada rara se os protocolos de higienização e de conservação das agulhas forem adequados.

Portanto, a infecção em decorrência de anestésicos locais se dá pela contaminação da agulha ou de soluções anestésicas quando essas são depositadas em tecidos profundos.

Para que o cirurgião-dentista obtenha uma anestesia local segura, é preciso que o profissional selecione aquela que é mais apropriada para a complexidade, para tipo de procedimento a ser realizado e para as condições de saúde do paciente. Então, o profissional deve conhecer a farmacologia e a toxicidade destes fármacos, apenas assim será possível evitar complicações da anestesia local em odontologia.

ACESSO RÁPIDO
    Ramiro Murad
    Ramiro Murad Saad Neto, cirurgião-dentista com registro no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CRO-SP) nº 118151, é graduado pela UNIC e residente em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial Facial no Sindicato dos Odontologistas de São Paulo (SOESP - SP). Possui habilitação em Harmonização Orofacial e também é gestor de clínicas e franquias odontológicas. Além disso, é integrante da equipe Bucomaxilofacial da Clínica da Villa, que está na Rua Eça de Queiroz, 467 - Vila Mariana, São Paulo - SP.

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