Dentinogênese imperfeita requer diagnóstico cedo
Algumas manifestações sistêmicas podem acometer a saúde bucal. A osteogênese imperfeita, por exemplo, interfere na qualidade do osso e dos dentes. E essa disfunção pode ter relação com a dentinogênese imperfeita.
A incidência da dentinogênese imperfeita é de uma pessoa a cada oito mil. Ela é hereditária e apresenta caráter autossômico dominante. É necessário identificar qual tipo é o caso para fornecer o melhor tratamento possível.
A dentinogênese imperfeita é uma doença genética, que atinge o desenvolvimento do dente. Ela causa mutações no gene sialofosfoproteína da dentina, que é responsável por codificar grande parte das proteínas não colagenosas.
A alteração nesse gene interfere indiretamente no metabolismo dessas proteínas, o que modifica a composição e a formação da dentina de diferentes maneiras. Por isso, o dente sofre as variações clínicas e radiográficas.
Existem três tipos de dentina opalescente hereditária. Vamos a eles:
Tipo 1
Esse tipo está relacionado com a osteogênese imperfeita, aquela doença rara que danifica os ossos e os dentes, sendo popularmente conhecida como “ossos de vidro”.
Durante o exame clínico feito pelo dentista, a coloração dos dentes fica entre o azul acinzentado e o marrom amarelado.
Além disso, apresentam dentes translúcidos ou opalescentes. Sua coroa é mais curta e possui a dentina mais exposta.
Nas radiografias, os dentes exibem um formato arredondado em suas coroas dentárias, constrição cervical grave, obliteração precoce da cavidade pulpar e dos canais radiculares.
Tipo 2
As particularidades clínicas e radiográficas da dentinogénese imperfeita do tipo 2 são idênticas às do tipo 1. A única coisa que as diferenciam é que a do tipo 2 não possui a osteogênese imperfeita atrelada.
Tipo 3
Dentre os três tipos, essa é a mais rara. Manifesta-se clinicamente da mesma maneira que as do tipo 1 e 2.
No entanto, nas radiografias, as câmaras pulpares tem maior amplitude, os canais radiculares são grandes e as paredes dentinárias são finas.
Tratamento da dentinogênese
A abordagem do dentista deve começar logo que os dentes começam a nascer, que pode ser já a partir dos 4 meses de idade. No entanto, muitos pacientes deixam para cuidar da doença só a partir dos 5 anos.
Portanto, o diagnóstico acaba sendo tardio, o que dificulta. Essa necessidade só atenua o fato de que um pré-natal odontológico é essencial!
Antigamente, os tratamentos da dentinogênese esperavam os dentes permanentes erupcionarem para que, em seguida, os dentistas realizassem a exodontia do dente para que fosse colocado próteses totais.
Nos dias de hoje, com a evolução da odontologia, sabe-se que é preciso que os procedimentos se iniciem na infância e se estendem até a fase adulta, fazendo um acompanhamento periódico.
Esses tratamentos giram em torno de estratégias que busquem restabelecer todas as funções que foram perdidas, ou seja, a fonética, a mastigação e a estética do sorriso.
As principais intervenções são:
- Restaurações de resina composta;
- Coroas protéticas;
- Próteses parciais removíveis;
- Implantes dentários;
- Tratamento de canal;
- Tratamento ortodôntico.
Em resumo, de acordo com a categoria da dentinogênese imperfeita e com o grau de intensidade que ela se manifesta, há um método diferente de tratamento.