Entenda porque o aparecimento da rânula pode demandar um procedimento cirúrgico com o dentista
Apareceu uma bolha debaixo da sua língua e você não sabe o que é? Possivelmente, é uma rânula. Esta lesão ganhou esse nome por aparentar ao ventre translúcido de um sapo ou de uma rã. O que não parece ser boa notícia para a saúde bucal, certo?
De fato, a rânula assusta muitos pacientes. Por isso, neste artigo, vamos conversar sobre o que é a lesão, os sintomas e os tratamentos adequados. Confira:
Rânula é uma lesão benigna, ou seja, não cancerígena. Sua aparência é de “bolha”, por seu formato e consistência mole. Um de seus principais sintomas é a retenção de saliva embaixo da língua.
Características clínicas da Rânula
As principais características da bolha no assoalho da boca são as seguintes:
- Aumento de volume unilateral no assoalho bucal;
- O acumulo de saliva surge devido a danos, ruptura ou dilatação dos condutos da glândula sublingual;
- Bolha na boca de coloração levemente azulada e de consistência amolecida;
- Formato arqueado;
- Tamanho elevado do cisto que eleva a língua.
- Sua localização mais comum é lateralmente à linha média do assoalho da boca;
- Frequentemente é detectada em crianças e adultos jovens.
- As lesões podem se romper e liberar o conteúdo mucoso;
- Normalmente, não causa dor ao paciente.
Tipos
As rânulas podem ser classificadas em dois tipos, confira:
- Simples: como já descrita, pode ser um acúmulo ou extravasamento de muco confinado ao pavimento da boca, acima do nível do músculo milo-hióideo (que forma o assoalho da boca);
- Mergulhante: caracterizada por um bloqueio de muco decorrente da glândula sublingual ou com a obstrução do ducto salivar e encontra-se abaixo do nível do músculo milo-hióideo. Normalmente, encontram-se no triângulo submandibular, ocasionando em um volume próximo ao pescoço.
Tratamentos para Rânula
O diagnóstico da rânula é feito a partir de suas características clínicas. No entanto, os dentistas buscam um diagnóstico final com um exame histopatológico e um exame de imagem.
Nos casos de rânulas mergulhantes é necessário a solicitação de tomografia computadorizada e ressonância magnética. Contudo, a análise é difícil, pois esse tipo de lesão imita outras lesões no pescoço.
Por isso, é necessário uma entrevista com o paciente e imagens para o diagnóstico completo.
O tratamento da rânula é realizado por um estomatologista, cirurgião bucomaxilo ou clínico geral habilitado. Via de regra, envolve cirurgia.
No entanto, algumas técnicas são menos invasivas. Dentre elas, a marsupialização ou a descompressão demonstram bons resultados em lesões de pequeno diâmetro.
Esse procedimento remove o teto da lesão intra-oral, possibilitando que o ducto da glândula sublingual se comunique com a cavidade oral.
Ou seja, reduz a pressão interna da lesão com a retirada de muco, que acarreta na redução progressiva da lesão, para posterior enucleação.
Contudo, esses procedimentos não são recomendados para rânulas grandes. Nesses casos, o recomendado é remover a lesão juntamente com a glândula afetada.
O tempo de acompanhamento adequado para resolução do caso são seis meses. A recorrência da rânula não é incomum, e seu reaparecimento acontece por causa da remoção incompleta da glândula sublingual.