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Mandíbula quebrada interfere diretamente na saúde bucal

Mandíbula quebrada interfere diretamente na saúde bucal

Tanto a mandíbula como o maxilar são cruciais para as diversas funções da cavidade oral, como a mastigação e a fonética. Contudo, acidentes podem levar a sérias complicações, como à mandíbula quebrada, prejudicando essas atividades fundamentais para o bom funcionamento do nosso corpo.

Muitas pessoas se perguntam se a mandíbula quebrada é realmente um problema grave e de tratamento complexo. Mas tudo depende do tipo e da gravidade do problema.

A mandíbula quebrada, então, é a fratura do osso mandibular, que além de causar fortes dores na região inferior da face, pode trazer sérios problemas para a saúde bucal.

O que pode levar à fratura na mandíbula?

A mandíbula é caracterizada por ser uma região rígida da face. No entanto, um acidente ou uma pancada muito forte podem ser responsáveis por ocasionar uma fratura na mandíbula.

Estatisticamente falando, as fraturas mandibulares são mais comuns no sexo masculino, principalmente durante a terceira década de vida.

Desse modo, acidentes de carro, quedas, agressões físicas e traumatismos por conta de práticas esportivas são grandes exemplos que resultam na mandíbula quebrada.

Ainda, é possível que haja uma fratura na mandíbula após extração do siso, também conhecido como terceiro molar, se essa for realizada de forma inadequada, provocando machucados na região.

Raramente, mas não impossível, a fratura na mandíbula pode decorrer de uma necrose óssea ou de tumores no osso.

A fratura também pode ocorrer em diversas regiões da mandíbula, o que determina o tipo de tratamento e a gravidade de cada caso.

Quando a fratura é condilar, a área sensível fica localizada em frente ao trago da orelha, do lado correspondente. Esse tipo de fratura causa movimentos restritos e má oclusão de forma mais grave que nos outros casos.

Além disso, esse tipo de fratura costuma ser profunda, sendo mais raro observar edemas significativos. Contudo, o trauma pode causar fratura do osso na região meato acústico externos, sendo possível observar hematomas ou sangramento do canal auditivo.

Como perceber se quebrei a mandíbula?

Se, de fato, você tiver quebrado a mandíbula, não será difícil notar, uma vez que a mandíbula é um osso único e móvel da face, correspondendo a 36% dos danos faciais. Dessa forma, quando fraturado, os movimentos mastigatórios, de fala e respiratórios podem ser mais complicados e até causar dores.

Portanto, após sofrer uma pancada na mandíbula, independentemente da natureza, é importante observar como o osso se comporta em seguida. A dor causada pelo impacto é comum sob qualquer pancada ocasionada no corpo, mas é preciso acompanhar sua progressão.

Para identificar a fratura deve-se prestar atenção nos sintomas apresentados que, normalmente, costumam ser:

Os sintomas também podem variar a depender da região da mandíbula que foi fraturada.

Se a fratura ocorrer na área de apoio dentário é possível notar um espaço entre os dentes, similar a um dente perdido, além de ocorrer sangramento na região e a ocorrência da “mordida aberta” (problema de oclusão caracterizado pela falta de contato dos dentes superiores com os dentes inferiores ao fechar a boca).

A fratura no côndilo mandibular pode ainda apresentar os seguintes sintomas:

Vale dizer que nem sempre o paciente com fratura mandibular apresentará todos os sintomas citados acima. Por segurança, após qualquer trauma, é importante consultar um médico que diagnosticará, ou não, a fratura.

Quais as consequências de uma mandíbula quebrada?

São diversas as sequelas que podem advir de uma fratura do maxilar inferior.

Alguns exemplos são problemas na mastigação, na deglutição, na fala e nos dentes inferiores. Além disso, há a possibilidade de ocorrer infecções bacterianas, afetando a saúde bucal do paciente.

Entretanto, é importante ressaltar que, na grande maioria das vezes, as sequelas acometem a mandíbula quebrada que não é tratada corretamente. Por isso, o paciente deve procurar o profissional em até 15 dias.

Riscos de uma mandíbula quebrada

Os deslocamentos ósseos provocados durante a quebra de uma mandíbula podem motivar deformidades na face. Essas deformidades, por sua vez, são responsáveis por alterações na mordida, o que dificulta a alimentação e a fala.

Fora isso, o trauma muitas vezes é responsável por problemas na articulação temporomandibular (ATM), que liga a mandíbula ao crânio. É ela que comanda a movimentação do maxilar inferior.

Qualquer distúrbio que cause problemas no funcionamento dessa articulação recebe o nome de disfunção temporomandibular (DTM). Os problemas relacionados a essa articulação podem gerar diversos sintomas, como:

Já as fraturas bilaterais do corpo do osso ou da parassínfese, regiões da mandíbula, podem acarretar a movimentação involuntária da língua com subsequente obstrução das vias aéreas superiores.

Dentre as complicações raras do trauma mandibular também podemos citar a lesão da artéria carótida interna e obliteração do canal auditivo, decorrente da luxação condilar posterior.

Além disso, a mandíbula quebrada traz dificuldades para o paciente na hora de realizar a higiene bucal. Assim, a proliferação de bactérias na cavidade oral é facilitada.

Posteriormente, o risco do desenvolvimento de infecções bucais é maior, sendo as mais comuns delas a cárie dentária, a gengivite e o cálculo dental (tártaro).

Em situações mais graves, quando a doença orais estão em estado severo, como quando a gengivite evolui para um periodontite avançada, ocorre a perda dos dentes.

É possível haver sequelas após o tratamento da mandíbula quebrada?

Fora esses riscos, uma fratura mandibular traz ainda diversas possibilidades de sequelas após o tratamento. Como dissemos anteriormente, é mais provável a presença das sequelas quando o profissional não é consultado ou é consultado tardiamente.

As fraturas recentes, isto é, com menos de 15 dias, são mais propícias área um tratamento de sucesso. No entanto, quando a procura especializada torna-se tardia e, consequentemente, passam por um quadro de infecção, o tratamento passa a ser mais complexo.

Também há casos em que a mandíbula não se regenera completamente, permanecendo fraturada, o que pode causar a assimetria facial. Ainda é possível a ocorrência de infecções no local da fratura, além das ocasiões em que a fratura se calcifica na posição errada.

Os dentes inferiores ainda podem ficar alojados na mandíbula, interferindo nas funções da mandíbula, como mastigação, deglutição e na fala.

Estatisticamente, as fraturas de ângulo (região da mandíbula) estão mais associadas a complicações.

É importante destacar que o abuso de álcool, tabagismo e uso de drogas endovenosas são fatores que contribuem consideravelmente para a ocorrência de complicações;

Por último, quanto as infecções, o tipo de complicação mais frequente é a Osteomielite.

As alternativas para a solução ou tratamento de sequelas devem ser discutidas com um dentista especialista de confiança.

O que fazer depois de quebrar a mandíbula?

Caso desconfie que sua mandíbula está fratura é preciso, antes de tudo, ficar calmo. Se for possível movê-la sem fortes dores, procure, mesmo assim, não realizar movimentos bruscos, a fim de não agravar o caso.

O primeiro passo para a recuperação de um caso de mandíbula fraturada é procurar um profissional da odontologia especializado em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial no mesmo momento em que perceber a situação. Esse dentista trata, de maneira cirúrgica, doenças da cavidade bucal, face e pescoço.

Normalmente, as patologias tratadas envolvem traumatismos e deformidade facial, do maxilar, da mandíbula, e do trágus da pirâmide nasal.

Vale lembrar que, caso o paciente demore a procurar ajuda, há mais chances de ocorrerem complicações. Portanto, não negligencie uma fratura de mandíbula.

Como é realizado o diagnóstico para a mandíbula quebrada?

A primeira ação do especialista será avaliar o caso, diagnosticando, ou não, a fratura da mandíbula mediante exames de imagem.

O diagnóstico pode ser realizado por meio da radiografia odontológica simples, embora os resultados conseguidos através da tomografia computadorizada sejam mais precisos, uma vez que é a mais sensível das técnicas de imagem, detectando melhor os possíveis fragmentos ósseos.

Vale ressaltar que as fraturas de côndilo, em especial, podem ser mais difíceis de identificar a depender da direção do deslocamento condilar.

Possivelmente também serão tirados raios-x do pescoço, a fim de excluir a possibilidade de dano espinhal.

Se além da mandíbula a fratura também abranger a maxila (parte superior do osso mandibular), é possível que se estenda para outras partes da face. Nesses casos podem ser realizados outros exames, como tomografia computadorizada ao cérebro – caso a o indivíduo apresente sintomas de lesão cerebral – e exames nos olhos, a depender dos sintomas.

Qual é o tratamento para a mandíbula quebrada?

Nos casos de mandíbula quebrada, o cirurgião bucomaxilofacial será encarregado de reduzir as fraturas da mandíbula, além da contenção e imobilização dos segmentos fraturados, a fim de que o osso cicatrize na posição certa.

Seu objetivo também se estende para a correção de possíveis problemas de oclusão no paciente em questão.

Desse modo, existem dois planos de tratamento de fraturas na mandíbula: o conservador e o cirúrgico. O método utilizado dependerá da gravidade apresentada em cada caso.

O mais conservador, utilizado para os casos mais simples, implica no repouso da mandíbula de modo que o osso possa sarar.

Em determinadas ocorrências, como em fraturas deslocadas (em que as extremidades do osso são separadas) e fraturas em mais de um local, a reparação do maxilar é necessária por meio da realização de uma cirurgia de mandíbula.

Dentre as técnicas cirúrgicas utilizadas estão a fixação maxilomandibular e a fixação interna por redução aberta.

Pode ser realizada a imobilização da cavidade oral e a aplicação de platina na mandíbula, fixada com parafusos de titânio em cada lado da fratura. Também é possível realizar a ligação do maxilar superior à mandíbula durante um tempo prolongado, a fim de imobilizar o local.

Nas crianças é comum que a fratura mandibular ocorra próximo ao ouvido. Quando isso ocorre, não é preciso realizar a imobilização. No lugar da imobilização é realizada uma ligeira restrição dos movimentos do maxilar com um dispositivo que é utilizado durante 5 a 10 dias.

Como é a recuperação da mandíbula quebrada?

Dependendo do tratamento utilizado o tempo de recuperação do paciente pode ser mais curto ou mais longo.

O tratamento cirúrgico geralmente é o que demanda mais tempo de recuperação, somado a cuidados especiais do pós-operatório.

Se o maxilar ficar fechado pelas ligações, por exemplo, os cuidados incluem uma dieta líquida que deve ser realiza com a ajuda de um canudo.

Nessa situação, a higienização do ambiente oral também torna-se mais dificultada, porém não deve ser negligenciada, especialmente quando o ambiente oral está sensibilizado por conta da cirurgia bucomaxilofacial. Assim, o especialista pode receitar uma solução oral, utilizada duas vezes ao dia, para cuidar da higiene.

As fraturas mais leves, tratadas de modo conservador, podem demandar que o paciente não mastigue por um tempo para garantir uma boa recuperação, optando, também, por uma dieta líquida ou pastosa.

Para um tratamento eficaz é possível que o especialista aconselhe, ainda, o uso de antibióticos, como a penicilina, por certo tempo.

Em geral, o tempo de recuperação do maxilar quebrado, dependendo do procedimento realizado, gira em torno de 30 a 90 dias.

Quando o maxilar é fechado com as ligações por várias semanas é preciso que o maxilar seja fortalecido novamente. Portanto, após o tratamento e a devida recuperação, pode ser necessário que o paciente realize algumas sessões de fisioterapia para promover esse fortalecimento.

Quais partes da mandíbula são mais fáceis de fraturar?

Como já dissemos anteriormente as fraturas mandibulares podem ocorrer em regiões diferentes da mandíbula. A depender da área fraturada, diferentes podem ser os sintomas apresentados, bem como o tipo de método utilizado para o tratamento.

Além disso, pode ser mais difícil identificar a fratura por meio de exames simples quando localizada em áreas específicas, como no caso da fratura condilar, conforme já citado no artigo.

As áreas mais comumente acometidas por fraturas são:

  1. Côndilo (36%)
  2. Corpo (21%)
  3. Ângulo (20%)
  4. Sínfise (14%)

Em 60% dos casos, a fratura mandibular ocorre em duas regiões simultaneamente, dificultando a abertura completa da boca. Os locais acometidos estão diretamente relacionados ao tipo de trauma envolvido.

Por exemplo, quando a força é direcionado em um único golpe na face lateral da mandíbula, é possível que resulte mais frequentemente em fraturas de ângulo do corpo e menos frequentemente na cabeça da mandíbula, sínfise e fraturas alveolares.

Já nos acidentes automobilísticos, é mais comum que envolva um trauma na mandíbula anterior, resultando em fraturas da região púbica, alvéolos e côndilo.

Nos casos dos acidentes de motocicletas, as fraturas alveolares são mais frequentes, indicando que o trauma que envolve esse tipo de acidente é mais comumente dirigido ao alvéolo.

Vale lembrar que os indivíduos envolvidos em acidentes de trânsito corriqueiramente apresentam outras lesões que não apenas a mandibular. Os ferimentos na cabeça e pescoço são os mais frequentes nesse caso.

Existe maneira de prevenção às fraturas mandibulares?

O principal fator etiológico para a fratura mandibular é, estatisticamente, o acidente de trânsito, especialmente nas grande cidades.

Dessa forma, uma das maneiras de prevenir a quebra da mandíbula é o respeito às leis de segurança no trânsito, como o uso do cinto de segurança nos automóveis e o uso do capacete fechado nas motocicletas.

Além disso, é possível prevenir possíveis sequelas quando se busca ajuda especializada imediatamente, evitando possíveis infecções e a consequente complexidade do quadro.

FAQ

Não sei se realmente estou com a mandíbula quebrada. E agora?

Apesar de não ser difícil notar a mandíbula quebrada, nem sempre os indivíduos apresentam sintomas que testifiquem a fratura. Contudo, caso haja o mínimo de desconfiança, a consulta com um especialista se faz necessária, uma vez o não-tratamento pode levar a inflamações e outras complicações.

Qual a melhor forma de tratamento para o meu caso?

A melhor forma de tratamento para cada caso específico só poderá ser indicada por um especialista mediante avaliação clínica.

Possuir um tempo de recuperação após o tratamento cirúrgico da quebra de mandíbula maior que o comum é normal?

Mediante a demora da recuperação, é importante retornar ao cirurgião para que sejam realizados os exames competentes e constatar a se a consolidação e redução óssea estão adequadas. Contudo, é importante lembrar que o tempo de recuperação está diretamente ligado ao tipo de metabolismo de cada um e da gravidade do trauma sofrido.

O que fazer se, após o tratamento cirúrgico, surgir um edema de grande proporção na face?

Em casos como esse, exercícios de fisioterapia e drenagem linfática são recomendados para uma dissipação mais rápida do edema. Contudo, após qualquer complicação notada, é importante o retorno ao profissional para uma avaliação.

O tratamento para mandíbula quebrada pode ser realizado por qualquer dentista?

Se houver dúvidas se a mandíbula realmente está quebrada, é possível que um dentista não especializado possa avaliá-lo. Contudo, profissional mais indicado para avaliar, diagnosticar e tratar os casos de mandíbula quebrada é o cirurgião bucomaxilofacial ou o cirurgião craniomaxilofacial.

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