Rara deformidade da face, como lábio duplo, aumento das pálpebras e inchaço no pescoço caracterizam Síndrome de Ascher
Uma síndrome é descrita como um conjunto de sinais e sintomas observáveis em vários processos patológicos e sem uma causa específica. A síndrome de Ascher, que leva o sobrenome do oftalmologista austríaco que cunhou o termo em 1920, é uma síndrome incomum, com poucos casos descritos ao longo do tempo.
Apesar de ser benigna, a síndrome desperta curiosidade e temores, já que há poucos casos registrados. Mas afinal, o que é a Síndrome de Ascher?
Síndrome de Ascher é uma síndrome rara e benigna, com poucos casos registrados. Clinicamente é caracterizada por pacientes com lábio duplo, blefarocalásia e bócio atóxico, que pode ser inconstante.
Não entendeu nada? Pois a gente explica:
O chamado lábio duplo consiste no excesso de tecido na mucosa labial superior. Ou seja, há a ocorrência de um tecido, como o lábio, na parte superior interna da boca.
Já a blefarocalásia consiste no aumento de volume da pálpebra, caracterizando-se por atrofia e relaxamento progressivos da pele. O acometimento do lábio duplo e das pálpebras ocorrem geralmente ao mesmo tempo.
E o bócio atóxico? O bócio se carateriza pelo aumento do volume da glândula tireoide, aparentando um inchaço na região do pescoço.
No entanto, sem alteração na produção dos hormônios e das regiões que a tireoide regula, sendo uma irregularidade atóxica.
O bócio atóxico faz parte do diagnóstico da Síndrome de Ascher, mas apenas aparece entre 10% e 50% do quadro clínico. Portanto, para se diagnosticar a existência da síndrome no indivíduo não é necessária sua ocorrência.
Possíveis causas da Síndrome de Ascher
Separamos as possíveis causas, ainda levantadas e estudadas, para a síndrome do lábio duplo. Confira:
- Trauma;
- Disfunção hormonal;
- Herança autossômica dominante;
- Defeitos em fibras elásticas;
- Alergia.
Síndrome de Ascher na Odontologia
A Síndrome de Ascher também tem suas recorrências na odontologia. O ramo que estuda e trata das doenças da boca e dos dentes é chamado de estomatologia.
Portanto, é com os preceitos da estomatologia que o profissional da odontologia segue algumas condutas com relação à ocorrência da Síndrome de Ascher.
Como se trata de uma ocorrência na região interna da boca, o lábio duplo da síndrome deve ser removido no caso de interferências na fala ou na mastigação, ou também por desejo estético do paciente. Assim, o tratamento cirúrgico é indicado, de forma a ressecar o sulco transversal e devolver qualidade de vida ao paciente.
Portanto, quando os resultados clínicos e a história do paciente conduzirem ao diagnóstico de lábio duplo, deve se considerar como alteração isolada ou constituinte da síndrome de Ascher. Se faz, assim, a diferenciação a fim de que a investigação diagnóstica e o tratamento correto sejam instituídos.
É também por meio de processos cirúrgicos que se retira o aumento de volume edemaciado da pálpebra, o qual dificulta a abertura completa dos olhos e acaba por comprometer a visão do indivíduo.
A síndrome de Ascher não apresenta uma predileção por raça ou gênero e, na grande maioria dos casos, a condição se manifesta antes dos 20 anos de idade.