CLÍNICAS

Radioproteção: entenda sua importância na odontologia

Radioproteção: entenda sua importância na odontologia

Seguir as normas de radioproteção são necessárias para segurança da equipe e do paciente contra a radiação

Por meio do exame clínico, o dentista consegue identificar algumas doenças. Contudo, em alguns casos, é necessário recorrer ao exame de imagem, como o raio-x, para alcançar o diagnóstico correto. Nestas situações, a radioproteção é necessária.

Assim como é preciso esterilizar os instrumentos e usar luvas para atender os pacientes, o dentista e o paciente precisam da radioproteção durante exames de imagem.

Radioproteção é conjunto de precauções com o objetivo de proteger o ser humano dos possíveis efeitos indesejados causados pela radiação ionizante.

Esse tipo de radiação pode causar a morte ou danificação em nível celular, causando câncer, por exemplo.

Conceitos da radioproteção

Existem dois princípios para a proteção radiológica: o da justificação e da otimização – ou ALARA, um acrônimo em inglês para a expressão “tão baixo quanto razoavelmente exequível”.

A justificação declara que é necessário um motivo para o uso da radiação. Ou seja, um motivo que produza um benefício positivo para as pessoas.

Já a otimização, ou ALARA, pontua que qualquer uso de radiância deve ser o mínimo possível quanto razoavelmente praticável. Assim, devem ser considerados os fatores sociais e econômicos.

Normas da proteção de raio x

Desde 1998, no Brasil, a Comissão Nacional de Energia Nuclear, Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério do Trabalho criaram regulamentos para o uso de radiação ionizante para médicos e dentistas.

Confira as resoluções e portarias:

Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica

É um conjunto das seguintes resoluções da CNEN:

  • 27 de 2004;
  • 48 de 2005 (com alteração dos itens 1.2.5, 2.2 e 7);
  • 114 de 2011 (com alteração do item 5.4.2.1);
  • 164 de 2014; e
  • Portaria 7 de 2015 (com alteração dos itens 2.2 e 5.4.3.4).

O documento aborda questões gerais como o manuseio, a produção, a posse e a utilização de equipamentos. Além disso, o transporte, o armazenamento e a deposição de materiais radioativos também são abordados.

Desse modo, as resoluções acabam englobando todas as atividades associadas que envolvam ou possam envolver exposição à radiação. Também traz definições e siglas que são úteis para entender mais sobre radioproteção.

Portaria 453, de 1 de junho de 1998

Estabelece as diretrizes básicas de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico em território nacional e outros cuidados.

Ali podemos encontrar regras importantes da radioproteção na odontologia. Portanto, a radiologia odontológica segue os seguintes requisitos:

  • O equipamento de radiografia intra-oral (dentro da boca) deve ser instalado em ambiente com dimensões suficientes para permitir à equipe manter-se à distância de, pelo menos, 2 metros do cabeçote (aparelho) e do paciente;
  • O equipamento de radiografia extra-oral deve ser instalado em sala específica;
  • Para cada equipamento de raios x deve haver uma vestimenta plumbífera que garanta a proteção do tronco dos pacientes. Incluindo tireoide e gônadas, com pelo menos o equivalente a 0,25 milímetros de chumbo.
  • O serviço deve possuir instalações adequadas para revelação dos filmes. A câmara escura deve ser construída de modo a prevenir a formação de véu nos filmes e deve ser equipada com lanterna de segurança apropriada ao tipo de filme e possuir um sistema de exaustão adequado.
  • Para radiografias intra-orais deve-se utilizar, preferencialmente, a técnica do paralelismo com localizadores longos, dispositivos de alinhamento (posicionadores);
  • Deve existir prendedores de filme e de “bite-wing”. Desse modo, evita-se que o paciente tenha que segurar o filme.

Mais precauções da radioproteção

Assim, separamos algumas dicas básicas de radioproteção para os cirurgiões-dentista. Confira:

  • É obrigatório o uso do dosímetro (dispositivo que mede a exposição de um indivíduo à radiação) por especialistas;
  • Atenção! Nunca segure o filme na boca do paciente, lembre-se de manter a distância segura indicada;
  • Atenção! Nunca fique na direção do feixe útil de raios-x. Tenha um local seguro para esperar até o fim do exame;
  • Além da barreira plumbífera, o profissional pode se colocar entre 90 e 135 graus do feixe útil. Ou ser protegido por uma parede, que pode ser de massa barita, alvenaria ou concreto. Biombos de chumbo com vidros plumbíferos também são uma ótima opção.

Gostou de saber mais sobre a radioproteção? Fique atento a todas as regras para não colocar sua saúde em risco!

ACESSO RÁPIDO
    Ramiro Murad
    Ramiro Murad Saad Neto, cirurgião-dentista com registro no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CRO-SP) nº 118151, é graduado pela UNIC e residente em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial Facial no Sindicato dos Odontologistas de São Paulo (SOESP - SP). Possui habilitação em Harmonização Orofacial e também é gestor de clínicas e franquias odontológicas. Além disso, é integrante da equipe Bucomaxilofacial da Clínica da Villa, que está na Rua Eça de Queiroz, 467 - Vila Mariana, São Paulo - SP.

    Leia também