CLÍNICAS

Álcool 70 pode danificar a aparelhagem odontológica

Álcool 70 pode danificar a aparelhagem odontológica

O produto pode ser substituído pelo ácido peracético

O álcool 70 está presente na maioria dos consultórios odontológicos. Entretanto, alguns profissionais fazem o uso indiscriminado da substância, sem saber as consequências que isso pode acarretar.

Apesar disso, quando utilizado moderadamente, o álcool 70 pode ser extremamente útil e efetivo dentro do consultório, desempenhando uma série de funções.

Álcool 70 é um desinfetante com ação bactericida. Em consultórios odontológicos, ele costuma ser utilizado para a higienização tanto de cadeiras e mochos, quanto dos instrumentos utilizados em procedimentos odontológicos.

Apesar de ser utilizado em larga escala, alguns profissionais apontam que o álcool etílico 70 pode prejudicar o seu consultório, principalmente quando falamos sobre a durabilidade dos equipamentos.

Vantagens e desvantagens do álcool 70

Agora iremos apresentar algumas das vantagens e desvantagens da utilização dessa solução:

Vantagens

  • Bactericida de ação rápida;
  • Ação na presença do Mycobacterium tuberculosis e virucida (somente para vírus lipofílicos);
  • Irritante leve;
  • Baixo custo;
  • Não-tóxico;
  • Incolor e não deixa resíduos.

Desvantagens

  • Não é esporicida;
  • Tem atividade diminuída na presença de matéria orgânica;
  • Danifica material de plástico, borracha ou acrílico;
  • Evapora rapidamente, com diminuição da atividade antimicrobiana em sangue seco, saliva e outras matérias orgânicas;
  • Não tem registro como desinfetante na EPA (“Environmental Protection Agency”);
  • Não é aceito pela “American Dental Association – ADA” como desinfetante de superfície fixa e instrumental;
  • Não apresenta ação contra vírus hidrofílicos;
  • Não tem ação residual;
  • É um desinfetante de nível médio.

Alternativa à utilização do álcool 70

Para evitar essa ação danosa da substância, muitos profissionais da área vêm recorrendo à utilização de outro produto.

Trata-se do ácido peracético, uma substância que possui propriedades bastante semelhantes às do álcool 70. Porém, é muito menos danoso aos equipamentos odontológicos.

Além disso, a sua ação germicida continua mesmo na presença de sujeira, como sangue, saliva e pus. Ele ainda remove e previne a formação de biofilme internos nas tubulações.

Assim, a solução impede que os microrganismos, de alguma maneira, retornem a boca do paciente durante um procedimento futuro.

O produto também apresenta vantagens financeiras. Ele é muito mais econômico que o álcool, sendo que um litro do ácido peracético diluído a 1% equivale a 100 litros de álcool 70.

Como a substância prejudica os aparelhos odontológicos

Diversos estudos e observações demonstram que o álcool 70 é incompatível com diferentes materiais.

Principalmente os sintéticos, como policarbonato, PVC, silicone e borracha, que geralmente constituem a maioria dos equipamentos odontológicos.

Assim, quando utilizados, eles podem ressecar os materiais, provocando muitos desgastes, rachaduras, consequentemente afetando a qualidade dos equipamentos e trazendo prejuízos ao consultório.

Além disso, o líquido ainda apresenta outras desvantagens, como:

  • É um líquido inflamável;
  • Recipientes podem explodir se aquecidos;
  • Quando aquecidos, este líquido libera gases irritantes e tóxicos aos humanos;
  • Provoca irritação ocular grave;
  • Pode causar defeitos genéticos se ingerido;
  • Pode causar danos de fertilidade ou ao feto se ingerido;
  • Pode causar irritação das vias respiratórias;
  • Pode provocar sonolência ou vertigens;
  • Provoca danos ao fígado através de uma exposição prolongada ou repetida, se ingerido;
  • Pode causar danos ao sistema nervoso central através da exposição prolongada ou repetida, se ingerido.

Por isso, é ideal ficar sempre atento para prevenir acidentes com álcool 70 e outros produtos químicos nocivos à saúde.

ACESSO RÁPIDO
    Ramiro Murad
    Ramiro Murad Saad Neto, cirurgião-dentista com registro no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CRO-SP) nº 118151, é graduado pela UNIC e residente em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial Facial no Sindicato dos Odontologistas de São Paulo (SOESP - SP). Possui habilitação em Harmonização Orofacial e também é gestor de clínicas e franquias odontológicas. Além disso, é integrante da equipe Bucomaxilofacial da Clínica da Villa, que está na Rua Eça de Queiroz, 467 - Vila Mariana, São Paulo - SP.

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