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Conheça o Pênfigo, doença que afeta as mucosas e a pele

Conheça o Pênfigo, doença que afeta as mucosas e a pele

Conhecida como Fogo Selvagem, a doença ataca agressivamente a mucosa dos pacientes

Nós já conversamos aqui sobre doenças autoimunes e como elas podem afetar nossa saúde bucal.  Uma dessas doenças é o pênfigo, também conhecido como Fogo Selvagem em algumas regiões do Brasil.

O que é o pênfigo? Como e onde as feridas aparecem? Como tratá-la? Existe prevenção?

O pênfigo é uma doença autoimune, portanto não é contagiosa, que ataca a pele e as mucosas do corpo humano. Pode aparecer em apenas uma região ou em várias ao mesmo tempo. Existem dois tipos de pênfigo: o pênfigo vulgar, que ataca pele e mucosas, e o pênfigo foliáceo, que ataca apenas a pele (esse é o “verdadeiro” Fogo Selvagem).

Como toda doença autoimune, ela é causada por um erro no nosso sistema imunológico. O corpo passa a atacar as células da mucosa e/ou da pele, como se fossem inimigos. Há tratamento, mas não existe cura ou formas de prevenir.

Como identificar o pênfigo?

O pênfigo, seja vulgar ou foliáceo, pode ser identificado assim que surgirem as primeiras bolhas. A doença se mostra através de bolhas que não cicatrizam e permanecem na mucosa ou na pele por muito tempo.

Ela não ameniza com o tempo. Na verdade, sem tratamento, o quadro apenas piora, avançando para outras partes do corpo. Cada um deles tem um início diferente, mas ambos são parecidos em sua forma.

O médico ou dentista pedirá uma biópsia ou um exame de sangue específico apenas para confirmar o diagnóstico clínico. O motivo é o tratamento pesado da doença. O pênfigo vulgar costuma ter seu início nas mucosas.

Podem aparecer na boca (tanto na parte interna quanto nos lábios), no nariz, garganta, órgãos genitais e olhos. Sem tratamento, as bolhas podem se espalhar e passar a atacar a pele de todo o corpo.

pênfigo foliáceo já aparece diretamente na pele. As bolhas vermelhas também não cicatrizam ou somem.

Essa doença é muito comum no Brasil, principalmente nas áreas rurais e foi assim que ganhou o apelido Fogo Selvagem.

Como tratar o pênfigo?

Como já citamos, o tratamento do pênfigo é pesado. O profissional que costuma liderar o tratamento é o dermatologista. Ele pode contar com o apoio de outros profissionais, como os dentistas, durante o processo para amenizar dores e infecções.

Os medicamentos mais usados são os corticoides de vida oral. Em casos mais graves, o uso de imunossupressores também é necessário. O tratamento é longo e alguns pacientes podem passar a vida toda tomando remédios para manter a doença sobre controle.

O uso dos remédios pode causar vários efeitos colaterais. Por isso, é muito importante manter visitas regulares no médico responsável e relatar qualquer alteração sentida no corpo.

Quais os riscos para a saúde bucal?

Quando o pênfigo vulgar afeta a mucosa da boca, os problemas bucais não se limitam as feridas. A escovação passa a ser mais complicada já que as bolhas na mucosa são sensíveis e não cicatrizam rapidamente.

Esse quadro pode levar a má higiene bucal. Por consequência, doenças na gengiva e perda dental se tornam mais comuns em pacientes com pênfigo na boca.

É essencial que os pacientes com pênfigo, principalmente na boca, mantenham consultas regulares no dentista. O cuidado especializado por diminuir as dores, manter a higiene e evitar complicações!

ACESSO RÁPIDO
    Ramiro Murad
    Ramiro Murad Saad Neto, cirurgião-dentista com registro no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CRO-SP) nº 118151, é graduado pela UNIC e residente em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial Facial no Sindicato dos Odontologistas de São Paulo (SOESP - SP). Possui habilitação em Harmonização Orofacial e também é gestor de clínicas e franquias odontológicas. Além disso, é integrante da equipe Bucomaxilofacial da Clínica da Villa, que está na Rua Eça de Queiroz, 467 - Vila Mariana, São Paulo - SP.

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