Síndrome é genética e causa o desenvolvimento de pólipos no intestino
Algumas síndromes que afetam nosso organismo podem acarretar uma série de consequências negativas para a saúde bucal. Em geral, essas consequências advém de mudanças na estrutura oral ou do desenvolvimento de lesões nocivas. Esse é o caso da síndrome de Gardner.
A síndrome de Gardner recebeu esse nome por ter sido descrita por Eldon J. Gardner, em 1951. Conheça mais sobre essa síndrome e entenda como ela provoca alterações na saúde oral.
Síndrome de Gardner é uma doença rara e autossômica dominante, que pode afetar homens e mulheres. Desse modo, a síndrome representa uma alteração no gene Adenomatosus Polyposis Coli (APC), do cromossomo 5q21.
Ela é principalmente caracterizada pelo desenvolvimento de pólipos na região intestinal, incluindo o cólon e o reto. O pólipo, por sua vez, é uma lesão benigna de uma membrana mucosa.
Em geral, o desenvolvimento intestinal é precedido pelo desenvolvimento de osteomas, podendo ser no crânio ou na mandíbula, por exemplo.
Osteomas são tumores benignos ósseos e de desenvolvimento lento. Assim, a existência desses tumores possibilita o desenvolvimento de lesões cancerosas, colocando em grande risco a saúde do paciente.
Relação da síndrome de Gardner e odontologia
Muitas pessoas desconhecem a relação entre síndrome de Gardner e odontologia. Contudo, a síndrome de Gardner e sistema estomatognático estão intimamente conectados.
Isso porque além de sintomas envolvendo pele, tecidos moles, retina, sistema esquelético, os osteomas afetam com maior frequência os ossos faciais, principalmente a mandíbula.
Dessa maneira, esse desenvolvimento tende a gerar assimetria facial, apesar de ser indolor.
A remoção desses tumores é indicada em caso de comprometimento estético. Caso contrário, pode haver um período de acompanhamento radiográficos para avaliar seu crescimento, periodicamente.
Já as lesões que se localizam na região da articulação temporomandibular podem comprometer o funcionamento do sistema. Por isso, sua remoção é necessária.
Entre outras manifestações orais da síndrome de Gardner, podemos citar:
Dentes supranumerários
Os dentes supranuméricos representam uma alteração no desenvolvimento da arcada dentária. ]
Desse modo, eles são dentes a mais que aparecem na nossa boca, excedendo o número normal de dentes, que é o de 20 na fase decídua e 32 na fase permanente.
Apesar de parecer inofensivo, o dente supranumerário pode trazer graves prejuízos para a saúde bucal. Entre alguns desses problemas, podemos citar:
- Impedir a erupção dos dentes permanentes;
- Placa bacteriana;
- Tártaro;
- Doenças periodontais;
- Má oclusão;
- Comprometimento da estética.
Como método de tratamento, a estratégia mais comum é a extração dentária, evitando o desenvolvimento desses problemas para a cavidade oral.
Dentes ectópicos
Os dentes ectópicos consistem em um má formação advinda da morfogênese e do crescimento de tecidos fora da sua posição habitual.
Como consequência, o aparecimento desses dentes pode se dar no côndilo, na órbita ou, até mesmo, na cavidade nasal. Nesse último caso, a presença ou ausência de sintomas determina o tratamento para os dentes intranasais.
Ainda, casos de odontomas, impacção dentária, raízes fusionadas e má formação dentária podem advir da síndrome.
Por isso, o cirurgião dentista é um membro extremamente importante da equipe multidisciplinar que cuida dos casos de síndrome de Gardner.