Sífilis e saúde bucal estão mais conectadas do que você imagina
Os cuidados com a saúde bucal vão muito além de prevenir a cárie. Aqui na Simpatio, nós já conversamos sobre as DSTs na boca e seus riscos. Nesse artigo vamos focar em uma DST/IST muito comum: a sífilis.
O Brasil vem relatando um aumento constante dos casos de sífilis. Por isso, é hora de falarmos mais sobre o assunto para entender a doença, como evitá-la e os tratamentos disponíveis!
Sífilis é uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível) bacteriana, que tem tratamento e cura. Sua transmissão ocorre por meio de relações sexuais desprotegidas ou da mãe para o bebê, durante a gestação. Também pode ser chamada de cancro duro.
Nota: o termo IST substitui o antigo termo, DST. O motivo da mudança é que o termo IST é mais amplo, englobando todas as infecções e doenças sexualmente transmissíveis.
Causa e transmissão pela boca da sífilis
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum. Sua transmissão ocorre pelo contato direto de mucosas com as feridas. Ou seja, a transmissão pode ocorrer pelo contato das genitais ou da boca com as genitais.
As feridas podem estar localizadas no pênis, vagina ou ânus. O contato da mucosa bucal com essas feridas é o suficiente para que haja a contaminação.
Estágios e sintomas da sífilis
A sífilis tem três estágios muito bem marcados pelos sintomas diferenciados. Os estágios não aparecem em sequência, tendo pausas de semanas ou até meses entre um estágio e outro. Confira:
Sífilis Primária
A sífilis primária, como o nome aponta, é o primeiro estágio da doença. Ela aparece nos primeiros dias ou até 3 semanas após a infecção.
Nessa fase, há o surgimento do cancro duro. O pequeno caroço rosado evolui, ao longo dos dias, para uma úlcera avermelhada. Há uma secreção transparente junto a úlcera, que é indolor.
O cancro pode aparecer em diversos lugares, mas normalmente aparece nas genitais, na região anal ou na boca.
A sífilis na boca, costuma aparecer como feridas na bochecha ou na língua. No entanto, o caroço ou úlcera pode aparecer em toda a mucosa bucal.
Sífilis Secundária
Os sintomas da sífilis secundária costumam surgir cerca de 1 a 2 meses depois do cancro duro desaparecer. Eles são vários e mais espalhados pelo corpo, veja:
- Surgem manchas vermelhas na pele, na boca, no nariz, nas mãos e nos pés;
- Ínguas no corpo, com foco na região genital;
- Descamação da pele;
- Dor de cabeça e na garganta;
- Dor muscular;
- Mal estar;
- Febre leve, muitas vezes o paciente não nota, sentindo apenas o mal estar;
- Falta de apetite;
- Perda de peso.
O estágio secundário aparece no primeiro e no segundo ano após o contágio, com fases assintomáticas. Desse modo, os sintomas vem e vão, sem um padrão definido.
Sífilis Terciária
O terceiro estágio só surge nos casos onde não é feito tratamento. Portanto, é também a fase mais agressiva. As lesões na pele, boca e nariz continuam, dessa vez se mostrando duras e infiltrativas.
No entanto, o mais grave são os novos sintomas:
- Problemas em órgãos internos: coração, nervos, ossos, músculos, fígado e vasos sanguíneos;
- Dor de cabeça constante;
- Náuseas e vômitos frequentes;
- Rigidez do pescoço, com dificuldade para movimentar a cabeça;
- Convulsões;
- Perda auditiva;
- Vertigem,
- Insônia
- AVC;
- Reflexos exagerados
- Pupilas dilatadas;
- Delírios, alucinações e outras doenças psiquiátricas.
Esses sintomas podem aparecer de 10 a 30 anos depois da infecção. Por isso, a importância dos exames constantes para que o tratamento seja feito antes desses sintomas aparecerem.
Tratamento da sífilis
O tratamento da sífilis é feito com injeção de antibióticos, sendo a penicilina a mais usada. O número de doses e a duração do tratamento dependem do estágio em que o paciente de encontra e o tempo de contaminação.
Mulheres grávidas e infectadas devem fazer esse mesmo tratamento para evitar que o bebê se contagie.
Após o tratamento, é preciso fazer um acompanhamento a cada 3 meses no primeiro ano e a cada 6 meses no segundo ano. Esse acompanhamento é feito para garantir sua eficácia e impedir que a doença volte.
Saúde bucal e sífilis
Quem cuida da saúde bucal tem menor risco de ser infectado e, caso aconteça, seu diagnóstico será muito mais rápido.
Isso porque pacientes atentos aos cuidados bucais sabem dos riscos do sexo oral e da necessidade de usar camisinha durante o ato.
Desse modo, um paciente que cuida da saúde bucal tem atenção redobrada as possíveis feridas bucais e consultas constantes ao dentista, que pode apontar a suspeita da doença.
Por isso, fique atento: cuidar da sua saúde bucal é cuidar, também, do seu corpo!
Agora que você já sabe tudo sobre a sífilis, que tal fazer um exame rápido? Os testes são feitos pelo SUS e em todas as cidades do Brasil!