Diagnóstico depende do conhecimento da anatomia dos tecidos envolvidos
Apesar do avanço de estudos e do conhecimento adquirido na odontologia, os tratamentos de algumas doenças podem ser complexos devido a vários fatores que envolvem seu desenvolvimento. É o caso, por exemplo, da lesão endoperiodontal.
Isso porque a lesão endoperiodontal envolve duas estruturas diferentes, mas que estão relacionadas: o periodonto e a polpa do dente.
Portanto, a lesão endoperiodontal (LEP) é decorrente de produtos inflamatórios de vários níveis encontrados tanto no periodonto quanto na polpa do dente.
Caso você ainda não tenha entendido o que é uma lesão endoperiodontal, continue com a gente e confira o artigo completo que preparamos para você! Vamos lá?
O que é uma lesão endoperiodontal?
A polpa do dente e o periodonto são estruturas que possuem ligações entre si, condição que pode interferir na saúde de cada um deles.
O periodonto, por exemplo, se comunica com a polpa do dente por meio de diversas vias, como o forame apical, os canais acessórios, os canais laterias e os túbulos dentinários.
Alterações patológicas em uma dessas estruturas refletem na outra. Elas podem ser inflamações simples ou infecções graves.
Então, há possibilidade dessa interação envolver a disseminação de uma infecção pulpar para o periodonto e vice-versa.
Quando ocorre uma lesão ao mesmo tempo na polpa e no periodonto, trata-se de uma lesão do endoperio.
As lesões endoperiodontais podem ser classificadas em:
- Endodôntica primária: resulta na doença pulpar, sendo periodontal apenas por passar pelo ligamento periodontal;
- Periodontal primária: é causada por doença periodontal que, por sua vez, progride pela superfície radicular, atingindo a região apical;
- Endodôntica primária com infecção periodontal secundária: forma-se quando a lesão endodôntica primária não recebe tratamento, fazendo com que o dente seja envolvido por doenças periodontais, como a periodontite;
- Periodontal primária com envolvimento endodôntico secundário: é formada quando a lesão periodontal atinge o ápice e leva à necrose pulpar;
- Endoperiodontal combinada verdadeira: quando existe também uma lesão endodôntica em um dente envolvido periodontalmente.
Qual o tratamento para a lesão endoperiodontal?
Para fornecer uma diagnóstico correto das lesões endodôntico-periodontais, o dentista deve conhecer a anatomia dos tecidos envolvidos, bem como as causas da lesão que podem estar relacionadas a atividades bacterianas fúngicas, virais ou iatrogênicas.
No entanto, o diagnóstico nem sempre é simples, já que as características de cada lesão se assemelham. Por isso, o profissional deve levar em conta todas as informações possíveis. Caso o diagnóstico seja falho, há grandes riscos de ocorrer:
- Perda do elemento dental;
- Destruição do osso alveolar periapical;
- Comprometimento da região da furca (quando há lesão de furca).
Para um diagnóstico diferencial das lesões endo-periodontais, algumas considerações podem ser úteis, como:
- Nível da dor (normalmente a dor de origem endodôntica é mais severa);
- Vitalidade pulpar;
- Sondagem periodontal;
- Exame radiográfico da morfologia pulpar e da perda óssea.
Quanto ao tratamento, depende diretamente do diagnóstico correto da lesão, que precisa contemplar sua origem.
Assim, a depender da lesão endoperiodontal, o tratamento pode ser feito somente através da terapia endodôntica, da terapia periodontal ou de ambas.