A displasia ectodérmica altera as glândulas salivares e com o desenvolvimento dos dentes
Alguns distúrbios hereditários raros na odontologia trazem diversas complicações para o paciente, como é o caso da dentinogênese imperfeita, que atinge o desenvolvimento do dente. Do mesmo modo, existe a displasia ectodérmica.
A displasia ectodérmica é uma doença que não tem cura. A única maneira de minimizar o problema é por meio de cirurgias estéticas, que visam resolver as malformações que acontecem.
A displasia ectodérmica provoca alterações na camada externa de células do embrião humano durante seu desenvolvimento, o que compromete a pele, a unha, os dentes, os pelos do corpo e as glândulas.
Em relação à odontologia, a displasia diminui o fluxo salivar e faz com que haja uma ausência de dentes na arcada, principalmente por parte dos caninos e dos incisivos.
Os homens possuem uma predisposição maior em serem acometidos pela doença. Sua frequência é de uma cada cem mil pessoas.
Divisão da displasia ectodérmica
Existem duas variações: a displasia ectodérmica hipohidrótica ou anidrótica e a displasia ectodérmica hidrótica.
Anidrótica ou hipohidrótica – displasia ectodérmica anidrótica é caracterizada pela diminuição da quantidade de cabelos e pelos do corpo, pela redução ou ausência de líquidos corporais e ausência de dentes.
Hidrótica – a displasia ectodérmica hidrótica também ocorre a falta de dentes. Além disso, os lábios do paciente são grandes e voltados para fora, o nariz é achatado e há manchas que circundam os olhos.
Sintomas da displasia
Para facilitar o entendimento, vamos mostrar quais são os principais sintomas. Como é uma patologia sistêmica, ela atinge diversas áreas do corpo que acabam conversando entre si.
- Temperatura corporal alta;
- Ausência e deformidade dos dentes, pois ficam muito afiados ou afastados;
- Cabelo fino e quebradiço;
- Unhas finas e deficientes;
- Nariz achatado;
- Distúrbios na estética da orelha;
- Arcos supraciliares salientes;
- Rugas ao redor dos olhos e da boca;
- Falta de produção de suor, saliva, lágrimas e outros líquidos corporais;
- Pele seca, fina, sensível e descamativa.
Diagnóstico da displasia ectodérmica
O diagnóstico da doença normalmente acontece após o nascimento. A pessoa que sofre com ela apresenta logo de início algumas malformações.
Há casos em que elas se evidenciam no paciente mais tarde, durante o crescimento da criança.
No entanto, para ter um diagnóstico correto, é preciso realizar biópsias da pele e das mucosas. Um teste genético também pode verificar em qual gene houve falha.
Tratamento da displasia
Não existe um tratamento para a displasia, já que ela não tem cura. Mas existem, sim, intervenções que têm como finalidade melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.
Por isso, a pessoa deve ter por perto um spray para borrifar água no corpo, a fim de resfriá-lo. Os colírios são um grande aliado para esses pacientes. Eles fazem os olhos lacrimejarem, não os deixando ficar secos.
Elas precisam sempre estar se hidratando, de modo a controlar sua temperatura corporal e diminuir os sintomas da boca seca.
Displasia Ectodérmica na Odontologia
Na odontologia, a displasia causa xerostomia e anodontia.
Xerostomia
A xerostomia, popularmente conhecida como boca seca, é a diminuição ou interrupção da secreção salivar na cavidade bucal. Assim, a boca fica desidratada.
A saliva tem a função de hidratar, limpar, ajudar na fonética e na deglutição.
Dessa forma, há um estímulo para o alojamento de bactéricas, aumentando o risco de cárie e doenças periodontais, sem contar o mau hálito que facilmente se instala.
Portanto, um agente que vem sendo muito utilizado para isso é a saliva artificial, um composto sintético que serve para aliviar o desconforto e proteger os dentes e a gengiva.
Anodontia
A anodontia refere-se à ausência congênita dos dentes.
A reabilitação geralmente é feita através de implantes dentários, melhorando a condição da saúde bucal do paciente que sofre com a displasia ectodérmica.