A contaminação por mercúrio na odontologia envolve o uso do amálgama dentário
O amálgama dental é uma liga metálica que tem o mercúrio como elemento mais relevante. Embora seja importante para a odontologia nos casos de obturação, seu uso vem sendo questionado pelos especialistas. Isso porque há uma relação da contaminação por mercúrio com sua presença no amálgama.
A contaminação por mercúrio pode ser tanto para o paciente, quando é manuseado de maneira errada, quanto para a meio ambiente, se descartada erroneamente.
A contaminação por mercúrio na odontologia acontece pela inalação dos vapores desse metal. Geralmente, eles estão dispersos no ar em decorrência de higiene e da ventilação inapropriada, de falhas na refrigeração durante a remoção da restauração, de derramamento acidental do material, além de contato direto com a pele.
Riscos do mercúrio à saúde
Se for inalado, ele permanece na corrente sanguínea de dois a quatro dias. Em seguida, é eliminado quase totalmente através da urina e das fezes.
Enquanto está no sangue, ele concentra-se no sistema nervoso central por ser lipossolúvel, ou seja, solúvel em gordura, causando danos permanentes.
No cérebro, o mercúrio oxida, tornando-se um cátion divalente, o que faz perder a lipossolubilidade. Ele ainda pode causar danos em outras partes do corpo:
- Sistema digestivo;
- Sistema respiratório;
- Sistemas imunológico;
- Rins;
- Pulmões.
É importante ressaltar que uma simples gota é suficiente para saturar o ambiente de atendimento do consultório.
Se o mercúrio for manipulado em um local quente, que normalmente acontece por conta de estufas ou autoclaves, equipamentos de esterilização, ele sofre uma volatilização mais rápida.
Isso significa que a facilidade da contaminação por mercúrio na odontologia aumenta consideravelmente.
Sintomas da contaminação por mercúrio
Os sintomas da intoxicação por mercúrio são diversos. E seu diagnóstico por essas indicações é difícil porque facilmente são confundidos com outras patologias. Portanto, é recomendado fazer um exame de laboratório.
- Ansiedade;
- Desânimo;
- Alergia;
- Perda de autoestima;
- Depressão;
- Perda de memória;
- Insônia;
- Tremores;
- Diminuição da visão e da audição;
- Distúrbios do sono;
- Cefaleia;
- Dores musculares;
- Tremores;
- Hipertensão;
- Arritmia cardíaca;
- Problemas no rim;
- Gengivite;
- Atrasos de desenvolvimento na infância;
- Déficit de atenção.
Especialmente em grávidas, o mercúrio pode resultar em problemas durante o crescimento do feto.
Maneiras de ser contaminado
O tratamento com amálgama dentário gera malefícios para os pacientes, para a equipe odontológica e para o meio ambiente. Por isso, esse tipo de restauração está sendo cada vez mais contraindicado pelos dentistas.
Veja seus riscos para cada um desses 3 grupos:
Riscos para os pacientes
Os riscos para os pacientes são diversos. Afinal, eles terão que conviver com a restauração por um longo período.
Para se ter uma noção, a quantidade de mercúrio expelida na urina aumenta imediatamente após a obturação. E quanto mais restaurações em amálgama a pessoa tiver, maior será o teor excretado.
Quando o paciente mastiga, faz a escovação e pressiona os dentes, por exemplo, há a liberação de vapor de mercúrio.
E no momento em que é necessário colocá-la, trocá-la ou removê-la, a substância também é emanada, contaminando tanto o paciente quanto o dentista.
Riscos para a equipe odontológica
A taxa de mercúrio que os dentistas, os funcionários da clínica e os estudantes de odontologia são expostos é maior que a dos pacientes.
O principal fator de risco envolve a remoção da restauração em amálgama, pois libera vapor e partículas da substância. Entretanto, uma simples limpeza dental de pacientes com amálgama já os contamina.
Assim, é imprescindível que eles utilizem equipamentos de biossegurança porque diminuem, mas não eliminam, a exposição ao produto.
Profissionais gestantes ou lactantes não podem realizar esse procedimento específico devido ao perigo.
Riscos para o meio ambiente
Se o amálgama odontológico for descartado diretamente em lixos convencionais, na terra e na água, pode causar vários problemas para o meio ambiente, contaminando todo o ecossistema inserido.
Por isso, o tratamento em amálgama deve ser efetuado em local especial e que possua licença, capaz de reter todo o mercúrio contido no procedimento.
A reciclagem do material acontece a partir da destilação do mercúrio por meio de retorta a vácuo, um destilador adequado para isso.
E mesmo que seja necessário fazer um alto investimento para haver o descarte correto, o processo deve ser feito. Somente dessa forma que o meio ambiente será preservado.
Quando o dentista faz a obturação, é comum sobrar resquícios do amálgama. Esses resíduos devem ser coletados em recipiente de material inerte, resistente, rígido e com boca larga.
É aconselhado deixar uma pequena quantidade de água junto, pois reduz a possibilidade de evaporação. O reservatório deve estar fechado hermeticamente, em local de baixa temperatura e na sombra.
Alguns locais convencionais realizam o descarte correto, que funciona de modo semelhante ao descarte de pilha, por exemplo. Então, basta entregar o recipiente com o material nesses lugares.
Controle de exposição do mercúrio
O primeiro passo para controlar uma exposição ao mercúrio é ter noção da quantidade que a pessoa ou o local foi submetido.
Se o material tiver sido exposto a uma pessoa, ela poderá avaliar o grau da contaminação por mercúrio com um exame de sangue, saliva, urina ou exame de sangue complementar.