A Técnica Híbrida de Tagger foi desenvolvida em 1984 a fim de aprimorar a execução da obturação hermética do canal radicular.
Cada vez mais a odontologia está preocupada em evoluir suas técnicas e a utilização de materiais para buscar tratamentos cada vez mais eficazes. Nesse sentido, a Técnica Híbrida de Tagger surgiu como uma das manobras de obturação dentária mais eficientes.
A Técnica Híbrida de Tagger é uma das técnicas de tratamento endodôntico que utiliza a guta-percha no procedimento de obturação. Ela é um aprimoramento da Técnica de McSpadden, que consiste na associação à condensação lateral ativa no terço apical com a compactação termomecânica de cones de guta-percha e de cimento nos terços cervical e médio.
Obturação do canal radicular
A obturação pela Técnica Híbrida de Tagger consiste no selamento hermético, ou seja, de maneira a impedir a passagem de ar no canal radicular.
O canal radicular faz parte da cavidade pulpar, onde está localizada a polpa dentária, o único tecido mole do dente. A cavidade pulpar é dividida em câmara pulpar e canal radicular.
Na obturação elimina-se o espaço ocupado pela poupa dental e aplica-se material específico, promovendo um selamento hermético eficaz para evitar infiltrações e reinfeções.
Para realização desse selamento, utiliza-se normalmente a guta-precha e o cimento obturador.
Estima-se que 60% dos casos de erros no procedimento de obturação do canal radicular advém da obturação incompleta, por isso não deve-se subestimar a importância da obturação tridimensional do sistema de canais radiculares (SCR).
O selamento do canal por completo é importantíssimo, já que sua exposição à saliva pode gerar contaminação rapidamente, além de:
- Perda do material selador provisório
- Microinfiltração pelo selador temporário
- Desenvolvimento de cárie secundária ou recidivante
- Fratura do material restaurador
Vantagens e desvantagens da Técnica Híbrida de Tagger
A capacidade de alcançar o objetivo desse procedimento depende, entre muitos outros fatores, da técnica utilizada.
A obturação pela Técnica Híbrida de Tagger tem pontos ao seu favor que justifica seu uso como uma das melhores opções para esse tipo de procedimento.
Primeiramente, a técnica possui como principal objetivo uma obturação tridimensional sem que haja escoamento do material obturador.
Em segundo, a técnica possui ao seu favor:
- Maior facilidade de operação
- Rapidez;
- Maior qualidade dos canais obturados
- Economia de material;
- Maior número de canais obturados;
- Possibilidade de correção da obturação através da utilização da manobra por mais de uma vez;
- Controle apical da condensação lateral;
- Homogeneidade e compactação da guta-precha pela ação termomecânica.
Em contrapartida, a técnica de Tagger também possui desvantagens, das quais destacam-se:
- Treinamento prévio para sua realização;
- Guta-precha adere ao compactador;
- Possíveis fraturas no compactador;
- Necrose do ligamento periodontal se o termocompactador ultrapassa o tempo recomendado no interior do canal.
Técnica Híbrida de Tagger na reabsorção dentinária
A Técnica de Tagger também pode ser utilizada em casos de reabsorção dentinária.
A reabsorção interna é uma patologia que consiste na perda de volume da raiz do dente. Sua causa pode ser tanto interna – ligadas à poupa do dente – e externas – como traumas e infecções.
Quando essa patologia é interna, a Técnica de Tagger é uma alternativa. O maior obstáculo da reabsorção interna está no acesso da área reabsorvida, já que há dificuldade na limpeza e no preenchimento da área.
Esse artigo apresentou as características da Técnica Híbrida de Tagger, porém a técnica de obturação é escolha do dentista e pode levar em conta questões como facilidade operacional e qualidade de selamento, o que também pode depende do caso clínico.